terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Memória Histórica


José Modesto de Abreu é considerado fundador de Dourado, por ter construído um rancho em suas terras situadas na Serra do Dourado, em torno do qual deu-se início ao povoado.
Nesta época (de 1891 a 1897) a agricultura já exercia papel determinante do recém-criado Município. Entretanto, em 1900 era inaugurada a Companhia de Estrada de Ferro do Dourado (Douradense), com sede na cidade de Dourado. A ferrovia teve seu apogeu concomitantemente à cultura do café. A cultura do café ocupava 5.902 ha em 1920 e representava 27,70% da área total e era cultivado em 60% das propriedades do município. Atrelado ao
sucesso do café, a Ferrovia Douradense integrava diversos municípios aos grandes centros, como Santos e São Paulo, de forma a viabilizar as exportações da região. A Companhia de Estrada de Ferro do Dourado atendia aos municípios de Ribeirão Bonito, Boa Esperança do Sul, Bocaina, Bariri, Jaú, Borborema, Tabatinga, Gavião Peixoto, Nova Europa, Ibitinga, Itápolis e Trabijú, dentre outras localidades, ultrapassando a marca de 300 Km de trilhos.
De 1900 até 1930 Dourado viveu seu apogeu, chegando a possuir 18.000 habitantes, aproximadamente, e exercia relativa influência nas cidades que integravam a sua micro-região.
Com a crise de 1929, deu início a redução das áreas de café do Município, que nesse ano atingia, espetacularmente, 60,30% da área do Município. As áreas foram substituídas pela cultura do algodão e milho. Na década de 60 a estrada de ferro, já encampada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, deixou de operar, transferindo de Dourado para outras cidades enorme contingente de ferroviários, estimado em cerca de trezentos. Com esse fato, que aliado à queda da cultura de café, o Município, que já apresentava dificuldades para se manter no mesmo nível de anos anteriores, sofre enorme impacto, que refletiu intensamente na sua situação sócio-econômica.

Dados da Pesquisa:
Biblioteca Pública Municipal de Dourado.


Antiga Estação da Douradense.
Transporte Atual.
No atual quadro da Economia Mundial a preocupação tem sido contra a poluição, o desemprego e principalmente a volta de tecnologias para viabilizar um meio de transporte econômico à maior parte da população. Um investimento no setor das ferrovias viria em boa hora como tem feito países de primeiro mundo evitando engarrafamentos de carros entre outros problemas. Além de desenvolver a Indústria Ferroviária no país que geraria maior número de empregos como uma extensão territorial de grande porte como o Brasil.




segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Futebol Feminino - Final das Douradinhas

Jornal “O Dourado”, Edição nº100 de 6 de maio de 2000.


O futebol feminino propiciou dias de inesquecíveis momentos de confraternização e lazer, de repente, sumiu. Já não existe o futebol feminino como também nos privam do futebol amador.

Essa prática exercida pelo, outrora, sexo frágil, no decorrer destes últimos anos, ganhou evidência em todo mundo.

Aqui em Dourado teve seu momento de euforia contagiante, reunindo em suas apresentações centenas de torcedores, de todos os sexos e idades.

Crianças, adolescentes, jovens e senhoras chegaram a praticar o esporte mais querido do nosso país, que a cada jogo ficava mais empolgante e competitivo.

O futebol feminino era orientado por simpatizantes e adeptos que gostam de inovar e oferecer ao povo divertimento sadio, destituídos de qualquer plano lucrativo, trabalham com prazer, sempre oferecendo entretenimento a população, ávida por espetáculos exemplares e baratos.

Muitos esforços foram feitos para sustentar este futebol bastante carente de ajuda financeira para sua sustentação, pois o auxílio recebido dos nossos poderes, era só a condução para os jogos em outras cidades.

O nosso futebol feminino chegou a conquistar títulos, participando de torneios e campeonatos regionais, tendo figurado como um dos melhores times femininos da região.



A ausência de um treinador ou orientador (as vezes forçados por motivos profissionais, ou, de saúde) paralisa dezenas de jovens que sem comando ficam ao léu, partindo para a debandada total.


Vários contatos foram feitos com a Comissão Municipal de Esportes, mas sem êxito, porque a prioridade da Comissão, é o futebol infanto-juvenil.

É uma pena isso acontecer em Dourado, porque um trabalho por particulares e na ausência do abnegado treinador e com uma estrutura aceitável, chega ao desmanche.

A prefeitura agora tem um departamento esportivo com funcionários qualificados para os cargos, seria bom, útil e educacional se dirigisse suas atividades também para o futebol amador e futebol feminino.

O preparo dos garotos até os dezoito anos é útil porque além do preparo atlético o garoto recebe a parte educacional, conduzindo-o a condição de atleta íntegro.





Após os dezoito anos, na ausência do amador esses meninos ficam a deriva, salvo alguns que conseguem a difícil façanha de ingressar num clube profissional. Já o futebol feminino trazia-nos além do futebol simpático promovido por lindas e saudáveis meninas e até senhoras, tardes de confraternizações.

O espetáculo promovido no Dia das Mães, apresentava no gramado do Parque São Pedro inusitados momentos de amor e carinho entre filhos e mães que unia o esporte salutar com a fraternidade familiar.

Ainda há tempo de corrigir essa falha cultural, porque as meninas estão ansiosas para voltar e numa chamada providencial estarão a postos para começar tudo de novo.


Congratulações ao Sr. José Miguel Demeti por colaborar na preservação da memória histórica da cidade de Dourado.