terça-feira, 9 de março de 2010

JC Jornal da Cidade.



Este ano a Prefeitura Municipal de Dourado lançou um jornal que traz uma curiosidade: além de ser um serviço de informação à cidadania procura relembrar fatos marcantes sobre a história da nossa querida cidade coração. Nesta segunda edição, JC “Um Jornal a Serviço da Cidadania” recupera crônicas de uma época que, para muitos douradenses, deixou saudades.

Bar do Bertucci” foi o ponto de encontro da sociedade douradense: Muitos douradenses ainda se recordam do bar do imigrante espanhol João Bertucci, nosso homenageado desta edição.


JC Jornal da Cidade – Dourado, março de 2010 – Ano 1 – Edição 2 – página 8.

Imigrante espanhol chegou no mesmo ano em que Dourado foi elevada à condição de município. Por aqui, constituiu família e fez história.

Juan Belzunce Losilha deixou o vilarejo onde nasceu, na província espanhola de Cuevas, quando tinha 12 anos. À época, a Europa era um continente pobre, que enfrentava diversas dificuldades com a escassez de alimentos, doenças e falta de oportunidades. Por isso os programas de colonização para outros continentes eram comuns. Foi num desses, que Juan chegou ao Brasil, justamente no ano em que as terras em que iria viver haviam sido elevadas à condição de município de Dourado, em 1897. Foram anos difíceis, de adaptação e de trabalho duro na colheita de café.

O tempo passou e já aos 18 anos, depois da Primeira Guerra Mundial, durante um recadastramento feito pelo Governo brasileiro, o jovem Juan adotou o nome João Bertucez. Casou-se com a jovem Conceição Araguez, também imigrante espanhola que veio para o Brasil. Tiveram cinco filhos, Maria Aparecida, Dorival, Waldir, Waldenice e Rui.

Com as economias, João comprou um veículo Ford e passou a ser um dos primeiros taxistas da cidade. Também atuou como motorista particular do médico Francisco Borja Cardoso. Foi quando ele decidiu comprar um bar, que batizou de Bar e Café do Centro e Snoker de João Bertucci – note que o sobrenome havia passado por uma alteração, durante novo recadastramento feito após a Segundo Guerra Mundial. Por 26 anos, ele fez do estabelecimento um ponto de encontro dos douradenses. Lá, líderes políticos e empresariais se reuniram para conversas e decisões sobre o futuro da cidade.

A atração do bar era a mesa de sinuca, que João Bertucci zelava com carinho. Sério, ele também cuidava para manter o local sempre limpo e ainda exigia que os freqüentadores do bar fossem bem atendidos. Quando se aposentou, junto com a esposa, João deixou o bar sob os cuidados do filho Waldir. Muitos douradenses que freqüentaram o bar de João Bertucci se recordam com nostalgia de uma época que marcou a história da cidade.



Década de 50


Década de 60




Na foto feita na década de 50, João Bertucci aparece com seus dois filhos, Maria Aparecida e Waldir (sentado). Dois detalhes curiosos na mesma foto da década de 50: no quadro acima da porta à direita, está Christiano Machado, que exercia um importante cargo no Governo brasileiro; o outro detalhe é a caixa de bebidas “Guaraná Bola Cola”, no canto esquerdo, acima do armário, que era fabricado em Dourado. Na foto feita na década de 60, douradenses jogam sinuca.

Jornalista Responsável: Silvia Guerra.
Contribuição: Edson Alves da Fonseca.