Conhecida
pelos moradores como “Praça das Flores” ou “Rotatória
das Flores”. Está localizada nas coordenadas 22º 07’
11.24” latitude Sul e 48º 18’ 44.06” longitude Oeste e
entre as ruas Alameda das Camélias, Alameda das Tulipas e
Alameda das Flores, no Jardim das Flores (FIGURA 04).
FIGURA
04: Visão panorâmica.
Localização da Praça Girassol presente na cidade
de Dourado-SP (FONTE: Google Earth; 08 set 2011).
A
iniciativa de criar um novo loteamento, em meados de 1977, com a
idéia de atender outra concepção de estética,
diferentemente daquela já existente no município de
Dourado – SP facilitou o nascimento do bairro Jardim das Flores
dentro dos perímetros urbanos da cidade, graças a dois
douradenses queridos que se propuseram a tirar do papel a idéia
e seguir em frente com as elaborações.
Seu
nome veio pela presença do córrego que passa próximo
ao local, chamado de Rio Das Flores e o motivo principal da sua
construção, estava voltado inicialmente à
utilização do verde, pois de acordo com as normas do
loteamento, além de ser um bairro apenas residencial, a cada
dez metros deveria ser implantada uma árvore. No entanto, a
importância da vegetação estava começando
a ganhar vigor especial e diante dessa situação, foi
decidido junto a elaboração do Jardim das Flores a
montagem de uma praça, situada entre as Ruas Alameda das
Camélias, Alameda das Tulipas e Alameda das Flores, para
satisfazer as vontades dos residentes quanto ao ambiente agradável
que estava surgindo e a beleza que se incumbia de preservar o
paisagismo.
O
logradouro recebeu o nome de Praça Girassol (FIGURA 17), isso
porque, como as ruas do bairro foram homenageadas com o nome de
flores, este espaço também recebeu o nome de uma flor.
E outro relato interessante mostrou que, como sempre se tratou de um
local onde sua dimensão foi em forma de circunferência,
o nome girassol (da planta) foi lembrado por corresponder “giro ao
sol”, esclarecido pelas crendices populares e pelos próprios
moradores do bairro.
Desde sua
inauguração, tratou–se de um espaço
particular, mas de acesso a todas as pessoas e, na Prefeitura
Municipal, não foi encontrado nenhum registro de seu decreto,
mas há os documentos que comprovaram a sua instalação.
A
vegetação sempre esteve presente englobando quase toda
a porção da praça, inclusive o Hymenaea
martiana Hayne (Jatobá) e a
Terminalia catappa
L. (Sete-Copas) foram exemplos muito mencionados durantes os
depoimentos. E mais, a presença
de luminárias sempre contribuiu para o clareamento noturno
facilitando o convívio das pessoas e os bancos para suas
acomodações. Tanto é que, atualmente existe nos
bancos da praça o nome de muitas famílias que
prestigiaram, na época, o loteamento com doações
e apoios financeiros e que puderam auxiliar na modelagem deste
logradouro.
FIGURA
17: Praça Girassol ((IMAGEM: DONATO, G. R, 2011).
Gabriel
Romeiro Donato
ABORDAGEM
FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLÓGICA DAS PRAÇAS DA
CIDADE DE DOURADO-SP COM TRAÇOS DE SUA HISTORIA E CULTURA
Para
analisar os fatores históricos foram realizadas entrevistas
elaborando um roteiro com questões abertas e fechadas,
discursivas e objetivas com a finalidade de obter maiores informações
sobre as primeiras construções das Praças e de
seus fundadores para evidenciar contos passados mesmo que não
há, no momento, os projetos paisagísticos iniciais (com
exceção da “Praça Aeroporto” que foi
construída há pouco tempo e a “Praça São
João” que passou por remodelagens bruscas ultimamente). Os
participantes foram escolhidos aleatoriamente, mas, como o trabalho
visou buscar pequenos traços históricos,
preferencialmente, os mais idosos poderiam esclarecer melhores
informações.
Durante
a aplicação dos questionários, os informantes
foram avisados dos objetivos do trabalho, sendo que sua participação
era apenas como voluntário e as perguntas relacionadas foram
analisadas e aprovadas pelo Comitê de Ética do Centro
Universitário de Araraquara – UNIARA.
Levantamento
Florístico.
Nome
Popular das Plantas encontradas: Crista-de-Galo, agapanto, Agave,
Mangueira, Chorão, Aroeira-pimenteira, Graviola, Jasmim-manga,
Chapéu-de-Napoleão, Antúrio,
Comigo-ninguém-pode,Lírio-da-paz, Árvore-da-Felicidade,
Cheflêra,Pinheiro-de-Natal, Pinheiro-do-Paraná,
Seafórcia, Palmeira-Areca, Palmeira-Leque-da-China,
Palmeira-Fuso, Tamareira-de-Jardim, Tamareira-da-India,
Palmeira-Imperial, Jerivá, Palmeira-Leque-do-Mexico,
Gravatinha, Dracena,Barba-de-Serpente, Jacarandá-Paulista,
Jacarandá-Mimoso, Ipê-Amarelo-da-Serra, Ipê-Roxo,
Ipê-Amarelo-Cascudo, Espatódea, Ipê-Balsamo,
Ipê-de-Jardim,
Urucum, Babosa-Branca, Buxinho, Palma-Doce, Oiti, Clúsia,
Sete-Copas, Gengibre-Azul, Trapoeraba-Roxa, Dália,
Ipoméia-Arbórea, Calanchoê, Cica-Anã,
Azaléia, Acalifa, Bico-de-Papagaio, Serigueira-Verdadeira,
Gerânio, Heliconia-Papagaio, Capim-Palmeira, Pseudo-Iris-Azul,
Calicarpa, Boldo-de-Jardim, Canelinha, Abacateiro,Olho-de-Pavão,
Bauínia-de-Hong-Kong, Pata-de-Vaca, Pau-Brasil, Sibipiruna,
Flamboyãzinho, Canafístula, Copaíba, Flamboyant,
Jatobá, Ingá, Cabreúva, Canudo-de-Pito,
Fedegoso-do-Mato, Tamarindo, Espada-de-São-Jorge, Resedá,
Resedá-Gigante, Magnólia-Amarela, Castanha-do-Maranhão,
Paineira-Rosa, Hibisco, Algodão-de-Praia, Malvavisco,
Orelha-de-Onça, Quaresmeira, Macuqueiro, Santa-Barbara,
Jaqueira, Ficus, Figueira-Mata-Pau, Figueira-Branca,
Escova-de-Garrafa, Pitangueira, Jambolão, Primavera, Ligustre,
Pau D'alho, Guiné, Pinheiro-Comum, Dedaleira, Grama-Comum,
Capim-Cidreira, Citronela, Pinheiro-Budista, Pau-Formiga,
Árvore-de-Fogo, Uva-Japonesa, Nespereira, Roseira, Tinguí,
Murta, Árvore-da-China, Guaçatonga, Manacá-de-Cheiro,
Estrelítzia, Pingo-de-Ouro e Alpínia.
Em
relação ao quadro florístico, a maior
concentração de espécies levantadas foram às
exóticas, correspondendo a poucos organismos locais que
contribuem para a estética dos espaços analisados.
Lorenzi (2009) observou que entre as espécies nativas, apenas
alguns tipos de Ipês, Sibipirunas, Oitis e coqueiros Jerivás
são relativamente plantados nos centros urbanos, ou seja, a
estimativa é de 80% das árvores cultivadas nas cidades
brasileiras, sejam de flora exótica. Já, Rangel Junior
(2006) exaltou um ponto de vista diferente, exclamando que não
há preferência na plantação de árvores
nativas em detrimentos das exóticas ou vice versa, porém
o valor estético das plantas é o critério
utilizado para a introdução em torno dos perímetros
dos parques e praças e o de ofertar a cidade com espécies
variadas no interior.
Por
outro lado, Geraldo (1997) relatou que o fato de ser encontrada uma
menor concentração de espécies nativas se da
pela cultura local ou por valores de mercado, onde são
oferecidas as mesmas espécies pelos comerciantes ou produtores
já que as técnicas de cultivo estão
desenvolvidas há tempos. Entretanto, neste trabalho foi
verificado uma maior predominância de vegetais exóticos
(65,54% do total levantado) contribuindo, assim, para fortalecer a
literatura citada acima.
No
trabalho realizado por Gabriel Romeiro Donato percebe-se a
importância que os vegetais representam para as atividades
humanas e utilidades econômicas auxiliando no bem estar
social, onde a grande maioria das espécies levantadas
contribuíram para a estética do paisagismo local.
Fig
12.
FIGURA
12: Plantas encontradas nas praças da cidade de Dourado - SP
com utilidades econômicas. A) Araucaria angustifólia
(Bertol.) Kuntze; B) Handroanthus sp; C) Myrocarpus
frondosus Allemão; D) Hymenae martiana Hayne;
E) Licania annii (Hook. f.) Fritsch; F) Bombacopsis
glabra (Pasq.) Robyns; G) Ceiba speciosa (A.St..-Hil.)
Ravenna; H) Hevea brasiliensis Müll.Arg. (Willd. ex
A.Juss.); I) Pinnus elliottii Engel; J) Lagestroma indica
L.; K) Delonix regia (Hook.) Raf.; L) Bauhinia
variegata L.; M) Caesalpinia sp.; N) Cassia ferruginea
(Schrad.) DC.; O) Ficus guaratinica Chodat; P) Triplaris
brasiliana Cham. (IMAGEM: LORENZI, 2008; LORENZI, 2009; LORENZI,
et al, 2003).
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