quarta-feira, 12 de março de 2025

Cenário para os Filmes de Faroeste em Dourado SP

Imagine você vivendo numa cidade do interior, nos anos setenta, com um pouco mais de oito mil habitantes e saber que a sua cidade servirá de produção para um filme. Enquanto isso, um set de filmagem dava vida a uma fictícia cidade mexicana onde se desenrolaria a história.

Um galpão foi construído para a produção do Filme. Um set completo com fachadas de saloon, cadeia, estábulo, banco, casa e armazéns. Para a construção do set de filmagens, foram mais que doze meses até as primeiras gravações.


Set de Filmagens
Set de Filmagens.

Este galpão pertencia as oficinas da antiga estação de ferro, a Douradense.

Nessa época a juventude douradense divertia-se como podia. Tomava sorvete na sorveteria do Senhor Durvalino Pereira e do Cândido que ficava bem ao lado do cinema: Cine São Paulo, propriedade do Senhor Orlando Tavano.


Rua Dr. Marques Ferreira


A repercussão chegou ao conhecimento dos admiradores dos filmes de Faroeste. As crianças, algumas faltavam às aulas para espionar as filmagens e gravações durante a semana.

O Cinema Nacional, à época, era atraído a uma região onde cortavam as Estradas de Ferro, entre elas a “Douradense”, e escoavam nosso principal produto: o café produzido nas fazendas paulistas. 


Locomotiva nº 1

Locomotiva nº 1 - Praça dos Ferroviários em 2010.


Devido as paisagens exuberantes, cortada por rios, morros e encostas foram alocados várias propriedades do município de Dourado, um cenário perfeito para os filmes de faroeste.



Pedra Branca

Pedra dos "Agnelli"
Pedra dos Agnelli.


Na produção de Pedro Canhoto, de Raffaele Rossi, que é de 1973, usou alguns atores profissionais e vários figurantes locais que nos trazem depoimentos daquela época.



Cidadãos Douradenses
Cidadãos douradenses protagonizaram no Filme. (reconhecidos na foto: Zeca Vernáglia, Clóvis Marchi e Alberto Paloschi).

Além de Dourado, várias cidades do interior do estado de São Paulo serviram às produções do mesmo gênero de filme, influenciados pelos Filmes Americanos de artistas como John Wayne, Fred Mc Murray, Roy Rogers, Rochy Lane entre outros. 



Filme Pedro Canhoto
Filme de Pedro Canhoto - Filmagem em Dourado - 1973.


Seguindo essa linha de filmes, em Dourado, A VR Filmes, grupo de amigos com Osvaldo Virgílio, o Tijolinho e João Santiago protagonizaram vários filmes, entre eles: Alfandega em 1995, A Expedição, em 1997. O Espírito da coisa, em 1998 e na Linha de Tiro em 1999. Muitos desses filmes estão no YouTube.




Muitos cidadãos e Empresas douradenses tiveram colaboração importante para a produção desse filme de Pedro Canhoto de Rafaelle Rossi:


Além da homenagem feita a Prefeitura Municipal com o Senhor Prefeito Oswaldo Munhoz e a Câmara Municipal com o Senhor Presidente Orlando Tavano e Izidoro Munhoz citados no filme.


Um agradecimento especial aos Colaboradores:

José Monteiro Novo e família;

Plínio Kiehl;

Sebastião Malheiro;

Pedro Luiz Aguiar;

Cooperativa dos Cafeicultores de Dourado;

Marcenaria e Carpintaria Casadei;

Dr. João Buzzá;

Pedro Nelson Braga;

Irmãos Pasquale;

Newton Romano Costa (Drogacosta);

Alberto Palosqui;

Arnaldo Martins;

António Colombo;

Antônio Gonha.

Clóvis Marchi.


Sem dúvida, o cinema, tem o poder de despertar emoções e refletir sobre questões importantes porque é considerado uma arte audiovisual que além de oferecer uma maneira de contar histórias e explorar as questões humanas traz um impacto cultural que pode influenciar a vida da sociedade e lembrar-nos de épocas que marcaram muitas gerações.


Vejam mais detalhes sobre os filmes de faroeste no Blog Dourado e nesse canal no YouTube.




Vejam Também neste Blog:

 

Os Três Cavaleiros














segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Caminhando em Dourado

 

O dia amanhece claro e morno, típico das cidades do interior paulista, e o ar parece mais fresco com o orvalho ainda pousado nas folhas. Ao sair para caminhar pelas ruas calmas e arborizadas, o caminhante logo é envolvido pelo som dos passarinhos – a orquestra natural que embala o dia desde o primeiro raio de sol. O caminho é ladeado por árvores robustas, algumas com décadas de existência, e a presença do verde é marcante, como uma moldura ao cenário bucólico e acolhedor.


Cada passo revela uma surpresa. Entre as árvores, surgem sabiás-laranjeiras, conhecidos pelo canto melodioso que soa quase como um cumprimento amistoso. Logo em seguida, um canário-da-terra amarelo-brilhante pousa num galho baixo, parecendo atento aos movimentos do visitante, que caminha devagar para não assustá-lo. Mais adiante, já no coração de um pequeno bosque, ouve-se o inconfundível canto do bem-te-vi, cujos gritos ecoam pelos arredores. Ele observa do alto, atento e orgulhoso, como se fosse um guardião dos segredos daquele canto da Mata Atlântica.


A cidade, pequena e simpática, conta com um cuidado especial para preservar a vegetação nativa, o que faz com que espécies de árvores como ipês e aroeiras se destaquem no percurso, além dos flamboaiãs primorosos em cada imagem. A sombra dessas árvores acolhe diversas espécies de pássaros, como o azulão, cuja plumagem cintila entre os galhos, e o saíra-sete-cores, com sua paleta exuberante de cores tropicais. Cada parada oferece ao olhar uma nova visão do que é a natureza em equilíbrio com o espaço urbano.


Com o passar do tempo, o ritmo da caminhada vai se tornando mais lento. A natureza abundante e a diversidade de vida parecem pedir um olhar mais atento e contemplativo. O caminhante se permite sentar em um banco simples de madeira ou alvenaria para observar o movimento calmo ao redor. Perto dali, ele percebe um casal de periquitos-verdes, que brincam entre as folhas, e é impossível não sorrir com a vivacidade da cena.


A conexão entre a cidade e a Mata Atlântica é intensa e palpável. Este passeio se revela mais do que uma simples caminhada: é uma verdadeira imersão na vida pulsante de uma paisagem preservada, onde o silêncio só é quebrado pelo trinado de pássaros e pelo suave farfalhar das folhas.


Imaginemos que a descrição, seja como um sonho, algo difícil de ser alcançado. Mas muitas vezes já temos essa oportunidade para vivenciar e não nos damos conta.


Já temos muito disponível e podemos desfrutar cada vez mais. Podemos cuidar e conservar o que existe ao redor de nós.


Vejam também neste blog:


Passeio de Bike.

Pontos Turísticos em Dourado.


Imagens da Caminhada.
























sexta-feira, 21 de junho de 2024

Bandas de Dourado e Região – anos 80 e 90.

 No interior do estado de São Paulo, durante as décadas de 80 e 90, as bandas formadas por jovens que tocavam o repertório de músicas nacionais e internacionais eram vistas como verdadeiros guardiões dos clássicos mais tocados nas paradas de sucesso. Esses grupos, compostos por adolescentes apaixonados pela música, resgatavam o espírito vibrante e rebelde do rock ‘n’ roll entre outros estilos musicais daquela época.


Influenciados por um repertório que abrange tanto músicas nacionais como internacionais traziam vida aos clássicos dos anos 80 e 90.


As músicas dessa época, funcionavam como uma terapia, e vinham expressar suas emoções, fazer amizades, capaz de transcender gerações e unir pessoas.


As Bandas de jovens de Dourado e da região mantinham viva a paixão pela música que marcou épocas rememoráveis.


Banda Beco.




Internacional Freeband.





Fotos: Acervo Pessoal Lauro Cabeleireiro.


Vejam também neste Blog:


Bandas Marciais


Coleção de Lps (Vinil) em Dourado.


Juventude dos anos 1970 em Dourado.



Estendendo o assunto:


Nos anos 80 e 90, o interior de São Paulo pulsava com uma diversidade musical vibrante. As bandas regionais desempenharam um papel crucial na formação da cultura jovem da época. Vamos explorar como essas bandas influenciaram a juventude:


  1. Expressão e Resistência: O rock nacional foi o canal de expressão para a juventude que cresceu durante a ditadura militar nos anos 70. Assim como a MPB representou a juventude politizada dos anos 60, o rock também desafiou o status quo e deu voz aos anseios e frustrações dessa geração. As letras das bandas refletiam sonhos de redemocratização e liberdade, mas também expressavam desilusões diante das crises econômicas

  2. Utopia e Distopia: O historiador Daniel Cantinelli Sevillano estudou as letras das músicas do rock brasileiro dos anos 80. Ele identificou duas fases: a utopia (1982-1985) e a distopia (1985-1989). Na utopia, os sonhos de liberdade e desenvolvimento surgiram com o fim da ditadura. No entanto, com a posse de José Sarney como presidente e o caos econômico, esses sonhos se desfizeram. As letras refletiam essas mudanças sociais e políticas.

  3. Diversidade de Estilos: Bandas como Blitz, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Titãs e Ira! Surgiram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Suas letras abordavam temas como prazer, liberdade e questões sociais. O rock paulista ocupou os porões do centro velho da cidade e se tornou referência cultural para toda uma geração no Brasil.

  4. Influência Punk: As bandas de Brasília e São Paulo tinham letras mais politizadas. O movimento punk dos anos 70 influenciou os jovens dessas cidades. O rock não apenas proporcionou entretenimento, mas também estimulou reflexões sobre a sociedade e o futuro do país

Em resumo, essas bandas regionais moldaram a identidade cultural dos jovens, oferecendo-lhes uma trilha sonora para suas experiências, anseios e lutas naqueles tempos efervescentes.


Outros aspectos da cultura jovem que influenciaram as bandas dos anos 80 e 90.


As bandas dos anos 80 e 90 não apenas moldaram a trilha sonora da juventude, mas também influenciaram diversos outros aspectos da cultura jovem da época. Vamos explorar alguns desses impactos:

  1. Identidade e Subjetividade:

    • As canções de rock dos anos 80 no Brasil refletiram a emergência de uma subjetividade jovem. As letras das músicas abordavam posições sujeito e efeitos identitários, marcando uma geração que vivenciou a abertura política após o período de censura.

    • Os jovens se viram representados nas canções, encontrando ali suas aspirações, desafios e anseios.

  2. Referência para Futuras Gerações:

    • Os jovens dos anos 90, por conta de sua criatividade e vivência durante avanços tecnológicos, se tornaram referência cultural para as gerações seguintes. Eles trouxeram tendências e influências que ainda ecoam até hoje.

  3. Nostalgia e Retorno ao Passado:

    • A cultura dos anos 80 continua a exercer fascínio, especialmente entre os *hipsters. O retorno dos vinis e o culto a clássicos antes considerados datados demonstram como essa década deixou uma marca duradoura.

  4. Inovação e Transgressão:

    • O rock nacional dos anos 80 foi influenciado por gêneros como punk rock, new wave e heavy metal. Essas influências estrangeiras se combinaram com elementos da música popular brasileira, resultando em um som único e inovador. Essa transgressão musical também refletiu a atitude e a busca por novas formas de expressão da juventude.

Em resumo, as bandas dos anos 80 e 90 não apenas embalaram festas e corações, mas também deixaram uma marca profunda na cultura, na identidade e no imaginário dos jovens daquela época.


Hipster é uma palavra inglesa usada para descrever um grupo de pessoas com estilo próprio e que habitualmente inventa moda, determinando novas tendências alternativas. São pessoas que buscam diferir do padrão, rejeitando qualquer coisa que considerem popular demais. O estilo hipster mistura o clássico e o moderno. A palavra hipster surgiu da palavra hip, com sentido de alguém descolado ou inovador.


Fonte:

jornal.usp.br

teoriaedabate.org.br

vejasp.abril.com.br

universoretro.com.br

tenhomaisdiscosqueamigos

jornal.usp.br

revistas.usp.br

medium.com

revistasesquinas.casperlibero.edu.br

rockstage.com.br

vocepergunta.br