quarta-feira, 30 de julho de 2008

Histórico Centro Cultural de Dourado

*Em 2000 – inicia suas atividades, reunindo o acervo de três bibliotecas: Biblioteca Pública Municipal “Cecilia de Barros Pereira de Souza Braga”, Biblioteca Escola Municipal Antonio Monteiro Novo e Biblioteca da Escola Municipal Senador Carlos José Botelho.

*Histórico da Biblioteca Pública Municipal.

*05 de dezembro de 1984 – Criação da Biblioteca Pública Municipal de Dourado, Lei nº 391.

*04 de dezembro de 1993, denominação da Biblioteca Pública Municipal como Biblioteca Pública Municipal “Cecília de Barros Pereira de Souza Braga”.

*22 de agosto de 1994, entronização da Placa Denominativa da Biblioteca Pública no período do Departamento de Desenvolvimento Social (conforme Livro Ata – Ata nº 01).

*2000 – Transferência do acervo de pertences da Biblioteca Pública para o Centro Cultural.



Dados colhidos da Pasta da Biblioteca Municipal.


"Cecília de Barros Pereira de Sousa Braga"




Nasceu em 31 de julho de 1.908, quando o carrilhão do São Bento batia 3 horas e 30 minutos da madrugada mais fria do ano, em São Paulo, Capital, na rua Brigadeiro Tobias, No. 45, residência de seus avós maternos.
Pai - Everardo Vallim Pereira de Sousa, natural da cidade de Bananal, Estado de São Paulo.
Mãe - Antonia de Barros Pereira de Sousa, natural de Rio Claro, Estado de São Paulo.
Avós paternos: Conselheiro Pedro Luiz Pereira de Sousa e Dona Amélia Vallim Pereira de Sousa.
Avós maternos: Barão e Baronesa de Piracicaba.
Ali viveu do nascimento em 1.908 até 1.912. Por volta de 1.913, a família mudou-se para a Instituição Disciplinar de Menores no Belenzinho, na avenida Celso Garcia, No. 353, onde seu pai exerceu o cargo de diretor e responsável, com sua postura educacional das mais evoluídas, durante 30 anos.
Cursou o Colégio Stafford, São Paulo, até os 12 anos. Os recursos parcos provenientes do trabalho do Dr. Everardo e a distância da instituição dos centros urbanos, impossibilitava aos seus filhos de freqüentarem um colégio, por isso Dona Antonia, contratou uma professora para educar seus filhos em casa. Era Dona Funny Doebili, uma senhora suiço-alemã, que ministrou os ensinos aos filhos do casal, na língua francesa, por quatro anos.
Em seguida internou-se no Colégio Des Diseaux de Freiras belgas, em São Paulo, onde estudou literatura e terminou o curso ginasial.
Freqüentando a mais alta sociedade de São Paulo e Rio de Janeiro, por ocasião do mandato presidencial de seu tio Washington Luís, teve por oportunidade de conhecer palácios onde eram realizados os bailes oficiais. Nessas cerimônias teve oportunidade de conhecer e conversar com casais de embaixadores de diversos países, sempre em francês, que era a língua oficial (1.926 à 1.930) o que foi muito interessante.
Tempo de esplendor, luxo, beleza e muita riqueza. Dourado entretanto não saía do seu coração: sempre que podia vinha à Fazenda Santa Clara, que fora comprada pelos seus pais no final do século passado. Entretanto... a crise do café em 1.929 seguida da crise militar em 1.930, veio por fim à essa vida de sonhos. A linda casa construída pelo famoso arquiteto Mário Wately na Alameda Jaú, então sua residência, fora alugada e mudou-se para a fazenda Santa Clara, onde veio a se casar com Arcílio da Silva Braga (Ben Braga). Casamento este ocorrido em 07 de março de 1.934.
No civil - Realizado pelo 1.o Juiz de Paz Mário de Arruda Penteado e Benedicto Alves de Toledo, Oficial do Registro Civil, serviram como testemunhas: Domingos Faro, Francisca Buzá Faro, Gastão de Mello Oliveira e Maria de Abreu Oliveira, às 17:00 horas, na Fazenda Santa Clara;
No Religioso - Celebrado pelo Revmo. Padre Manoel Theotonico Macedo Sampaio, da Paróquia de São João Batista, tendo como padrinhos: Souza Mello, Sra. Cuba, José Buzá e Leontina Braga Buzá.
Tiveram um casal de filhos: Antonio Luiz (falecido aos 5 meses) e Anna Cecília, residente atualmente em Campinas, São Paulo. Mudou-se para Rio Claro, SP, em 1.940, conseguindo uma colocação na Secretaria da Fazenda, através de Dr. Coriolano de Góes, Secretário da Fazenda e ex-auxiliar de seu tio Washington Luís, no Palácio da Ganabara.
Haviam duas vagas: uma na coletoria de Rio Claro e outra em Santa Rita, Estado de São Paulo.
Certamente preferiu Rio Claro, o berço de sua família pelo lado materno, pois que hoje sua mãe repousa no jazigo dos Viscondes de Rio Claro, seus avós.
Nessa cidade, além de seu trabalho, obteve grande número de alunos de francês, pois naquela época era obrigatório esse idioma no ginásio.
Exerceu por algum tempo suas funções de funcionária pública em Dourado. Transferiu seu cargo definitivamente para Campinas onde se aposentou, com firmes amizades.
Tendo cumprido esta missão, regressou para Dourado, onde seu pai havia trabalhado arduamente no princípio do século, não só para formar a fazenda, como pela emancipação política do Município, onde foi o primeiro Presidente da Câmara Municipal, luta esta desenvolvida ao lado do seu chefe e maior amigo Dr. Carlos José Botelho, Secretário da Agricultura, Colonização e Imigração, no problemático serviço de aclimatação do homem à terra.
De longa data vinha compilando artigos e crônicas feitas por seu pai, natural de Bananal, Estado de São Paulo.
Juntou-os em pequeno livro intitulado "EVOCAÇÃO", lançado em Campinas, na Livraria Papirus e em seguida Dourado, auxiliada por membros da alta sociedade e prestigiada pelo Rotary Clube de Dourado. Compôs também três músicas, sendo uma delas a glorificação do saudoso "Trem de Dourado" e as outras duas se encontram impressas no próprio livro.
Ultimamente colaborou com a Folha de Dourado, escrevendo diversos artigos sobre a cidade, tais como: O Escorísmo em Dourado, Dona Claudina, Os Barões de Dourado etc...
Sentiu-se honrada com o convite que obteve para doar o seu nome para a biblioteca da cidade que sabe amar, através da Lei Municipal N.o 744, de 04 de novembro de 1.993.
Espera que esta biblioteca ajude a comunidade e escolares em suas pesquisas e desperte o maravilhoso e sadio hábito de LEITURA.


UM SONHO
"Se Pudesse um dia ser rica novamente, construiria numa vasta área muitas casas para amparar pessoas queridas, que fizeram parte da minha vida e ainda vivem, numa situação difícil... Assim além de ter companhia tão grata, realizaria um antigo sonho".
"Cecília Pereira de Sousa Braga"
Reportagem: Paulo Elias de Menezes.

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