sábado, 10 de maio de 2008

Dourado...Eternamente...Dourado




Dos anos 70 aos anos 80 Dourado viveu uma época de saudosa lembrança...Quem morou ou conheceu esta cidade do interior paulista nesta época foi testemunha da amizade da fraterna relação dos seus habitantes. Uma emoção indescritível que cada um em seus sentimentos mais nostálgicos poderia descrever para uma juventude sempre promissora. Relatos marcantes que não poderiam deixar de serem citados: "O Footing", onde os jovens circulavam em volta da praça da Igreja Matriz. Os moços todos conduziam-se em sentido anti-horário e todas as moças pelo sentido horário. Havia ainda um alto-falante acoplado perto do relógio da igreja e um jovem que comandava de dentro de uma sala da igreja músicas a todos os enamorados, MPB, Beatles, Bee Jees, ABBA, The Feevers, Jacksons Five, Elton John, entre outros.

Marcante, então, era o oferecimento das músicas: "Esta música é oferecida de alguém para alguém, este alguém já sabe quem!".
Mantinha-se por regra onde músicas nacionais eram tocadas até as 22 horas, depois desse horário rolavam músicas
internacionais.
Havia um grande respeito as músicas da MPB e músicas caipiras, mas o que o pessoal gostava mesmo eram as internacionais, onde fluia o romantismo. 

 
O pessoal se segurava até as 23 horas na paquera, sorrisos, recados, piscadas... era o mundo da juventude da época. Depois todos se dirigiam à Discoteca do Sr. Pedro Leite, lendário entre estes jovens.
A Discoteca ficava próxima à praça, logo à esquina junto à lanchonete. Na portaria a moça impedia o acesso a jovens menores de 16 anos de idade. Mas enquanto o enamorado ou a enamorada não tivesse entrado ficava a ansiedade: "Mas ela ainda não entrou?" ...e ficava contrariado...
Dentro do salão da discoteca, as mesas enfileiradas nas laterais davam espaço a pista de dança, onde no alto um globo brilhante refletia luzes coloridas por todos os lados. 

 
Juntamente com os trajes, calças bocas de sino, cintos de couro largos, camisas de manga longa, criava-se a idéia de um filme igual ao de John Travolta em "Os Embalos de Sábado à Noite".
Quando havia baile marcado no "Dourado Clube" a discoteca ficava vazia, o pessoal ficava disperso, esperando para o próximo final de semana, porque o que eles mais queriam mesmo era o movimento da Discoteca. Outros ainda mantinham-se na "Lanchonete Babalú", aqueles ou que não gostavam de participar do "footing" ou porque seu ou sua namorada não estavam ali presentes. 

 
As bebidas da época faziam um sucesso total que ia desde Hi-Fi a Cuba-Libre e as doses de Cherry ou Menta à caipirinha e a cerveja tradicionalíssima com o bate papo ás mesas.
E quando não rolava de vez em quando os bailinhos caseiros com a famosa "Vitrola Sonata" com os discos de vinil..."era um fervo só"...
Tudo acontecia em perfeito respeito e uma amizade sincera, num ambiente saudável que deixa lembranças num momento épico da saudosa "cidade coração".


Video YouTube.




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