O surgimento de Dourado e de outros municípios do interior paulista foi conseqüência de um movimento migratório surgido no início do século 19. À época, o estado de Minas Gerais passava por uma forte crise econômica em decorrência do declínio das minas de ouro. Paralelamente, muitas regiões do estado mineiro também passavam por transformações econômicas marcantes, como a que deu início à atividade pastoril. Esta, porém, exigia altos investimentos na aquisição de terras para a criação do gado e do burro e o cenário contribuía para o início da imigração: a imensa quantidade de famílias numerosas aliado ao inviável valor cobrado pelas terras forçaram os povoados a buscar alternativas de trabalho e renda para dar prosseguimento às suas famílias.
Muitas famílias mineiras das regiões Sul (Alfenas, Caldas, Campanha, Ouro Fino e Pouso Alegre) e Central (Campo Belo, Formiga, Piuím e São Bento do Tamanduá) decidiram partir para “Boca do Sertão”, como era conhecida na época a região de Araraquara, em busca de boas terras para criar e plantar. Antes de chegarem ao destino, os migrantes passaram por grandes dificuldades durante o percurso. Eles viajaram em carros de bois e em lombos de burros levando uma bagagem extensa: familiares, criações e, em alguns casos, seus escravos. Como o percurso era longo, a mudança era feita sempre em caravanas. Quem precisava de mais cuidado, como os velhos e as crianças pequenas, por exemplo, gozavam o privilégio de viajarem em jacás, colocados em cima dos burros. Em 1820, haviam dois trajetos mais conhecidos pelos migrantes. Um passava por Casa Branca, Franca e Batatais, antes de chegar à vila de Araraquara. No outro percurso, as famílias passavam por Mogi-Mirim em direção a Itaqueri da Serra.
Muitas famílias mineiras das regiões Sul (Alfenas, Caldas, Campanha, Ouro Fino e Pouso Alegre) e Central (Campo Belo, Formiga, Piuím e São Bento do Tamanduá) decidiram partir para “Boca do Sertão”, como era conhecida na época a região de Araraquara, em busca de boas terras para criar e plantar. Antes de chegarem ao destino, os migrantes passaram por grandes dificuldades durante o percurso. Eles viajaram em carros de bois e em lombos de burros levando uma bagagem extensa: familiares, criações e, em alguns casos, seus escravos. Como o percurso era longo, a mudança era feita sempre em caravanas. Quem precisava de mais cuidado, como os velhos e as crianças pequenas, por exemplo, gozavam o privilégio de viajarem em jacás, colocados em cima dos burros. Em 1820, haviam dois trajetos mais conhecidos pelos migrantes. Um passava por Casa Branca, Franca e Batatais, antes de chegar à vila de Araraquara. No outro percurso, as famílias passavam por Mogi-Mirim em direção a Itaqueri da Serra.
Basicamente, esse foi um dos movimentos que deram origem aos municípios do interior paulista – em especial das regiões Norte e Central. Araraquara, Itirapina (antiga Itaqueri da Serra), Brotas, Jaú e Dois Córregos são alguns exemplos. De acordo com relatos e registros históricos, o município de Brotas chamava mais a atenção dos migrantes mineiros. Foi nesse período que surgiu uma capela na Serra de Itaqueri, na região que pertencia Araraquara, conhecida como Fazenda Velha”. Foi nessa localidade que começaram a se estabelecer as primeiras famílias mineiras.
Mais adiante em outro local, conhecido como “Serra do Dourado”, foram chegando migrantes que utilizaram uma estrada aberta pelos bandeirantes. Eles construíram algumas choupanas, que deu origem a um pequeno burgo chamado Bebedouro.
As transações comerciais de terras eram feitas, até meados do século 19, praticamente sem formalidades. O máximo que existia, nesses casos, era a assinatura de uma Escritura particular. Foi então que em 1850, o governo estadual criou uma lei que passou a obrigar os fazendeiros a regularizar suas propriedades rurais. Todos os registros passaram a ser feitos pelos padres, em livros que ficavam nas igrejas. O documento era nomeado de “Registro Paroquial de Terras”, um importante material que passou a esclarecer a origem das propriedades particulares das terras brasileiras.
É justamente no livro de número vinte, da Freguesia de Brotas, que está uma das primeiras referências históricas feitas a Dourado. Lá, no registro número sessenta do ano de 1856, feito em 5 de maio, há o registro de José Alves de Lima, natural de São José das Formigas, hoje conhecida como Paraisópolis, Minas Gerais. Está escrito no documento a seguinte referência “...no lugar denominado Dourado, que havia por posse feita há 26 anos mais ou menos”, por volta de 1830. Mais adiante, no dia 27 de maio do mesmo ano, Antonio José Vieira registrava uma parte de terras no valor de 285 mil réis e mais de oito alqueires de terras lavradas no local denominado Sítio das Contendas, situadas no “Bairro do Dourado” (folha cento e doze, registro número duzentos e quinze). Ainda em maio de 1856, Maria Francisca de Jesus, viúva de Joaquim Pereira de Araújo, também mineiro, registrava suas terras no “Sítio do Dourado”, situado às margens do Rio Jacaré-Pepira (folha cento e um verso, registro número cento e noventa).
Com o passar do tempo, o povoado foi aumentando. Por volta de 1880, o capitão José Modesto de Abreu, um dos mais antigos moradores do local, doou uma gleba de terras incultas, situadas na “Serra do Dourado”, dando início à formação do povoado local, que recebeu o nome de São João Batista de Dourados. À José Modesto de Abreu, aliás, é creditada a fundação do que mais tarde seria o município de Dourado, por ter construído um rancho em suas terras situadas justamente na “Serra do Dourado”, em torno do qual deu-se início ao povoado.
São João Batista de Dourados crescia e, naturalmente, com o passar do tempo adquiriu supremacia em relação a Bebedouro, que se transformou, por sua vez, num bairro da localidade principal.
Em 1876, por meio de uma lei provincial, o bairro ganhou uma cadeira de primeiras letras. O que era uma pequena capela já se tornara em um capelão curado, onde eram oficializados casamentos, batizados e até o sacramento dos moribundos.
Francisco Eleodoro dos Santos, Bento Luis de Souza, Francisco Antonio Simões, José Alves de Lima, os irmãos Gomes de Freitas, e a família Correa dos Reis ou Correa de Toledo foram considerados os primeiros povoadores.
As primeiras famílias que ali chegaram tinham plantação e criação modestas, unicamente para o consumo. Criavam gado e porco e plantavam basicamente milho, feijão, algodão e cana-de-açúcar. As transformações da região foram impulsionadas pela introdução do café e também pela abolição da escravatura. Várias fazendas surgiram no local e muitos imigrantes italianos e espanhóis chegaram para substituir o trabalho escravo nas plantações.
Em 1876 o povoado tornou Curato e depois, em 1891, foi elevado à condição de Distrito de Paz, quando passou a ser denominado de Dourado. Apenas seis anos depois, em 1897, em 19 de maio, o então distrito de Brotas recebeu o título de município de Dourado.
Nessa época (de 1891 a 1897) a agricultura já exercia papel determinante na vida econômica do recém-criado município. Entretanto, em 1900 era inaugurada a Companhia de Estrada de Ferro do Dourado (Douradense), com sede na cidade de Dourado. A ferrovia teve seu apogeu concomitantemente à cultura de café, que ocupava em 1920 uma área de 5.902 hectares, o equivalente a 27,7% do território total, cujo cultivo era feito por 60% das propriedades de Dourado.
Atrelado ao sucesso do café, a Ferrovia Douradense integrava diversos municípios aos grandes centros, como Santos e São Paulo, de forma a viabilizar as exportações do café da região. A Companhia de Estrada de Ferro do Dourado atendia às cidades de Ribeirão Bonito, Boa Esperança do Sul, Bocaina, Bariri, Jaú, Borborema, Tabatinga, Gavião Peixoto, Nova Europa, Ibitinga, Itápolis e Trabijú, dentre outras localidades, ultrapassando a extensão de 300 quilômetros de trilhos.
De 1900 até 1930 Dourado viveu seu apogeu, chegando a possuir aproximadamente 18.000 habitantes, e exercia relativa influência nas cidades que integravam a sua microrregião.
Com a crise de 1929, começou a redução das áreas de café do município, que à época chegou a incrível marca de 60,3% do território de Dourado. As áreas foram aos poucos substituídas pela cultura do algodão e milho. Na década de 60 a estrada de ferro, já encampada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, deixou de operar, transferindo de Dourado para outras cidades enorme contingente de ferroviários, estimado em cerca de trezentos. Com esse fato, aliado à queda da cultura do café, Dourado, que já apresentava dificuldades para se manter no mesmo nível de desenvolvimento dos anos anteriores, sofre enorme impacto, que refletiu intensamente na sua situação sócio-econômica.
Mesmo com essas fortes transformações, Dourado nunca chegou a exercer um papel de grande centro econômico regional, sempre conservou suas características de pequena cidade do interior. A mistura de povos, mineiros e europeus, criou um ambiente caseiro que rapidamente se adaptou ao fato de o município ter diminuído seu número de habitantes praticamente pela metade. Hoje vivem em Dourado aproximadamente nove mil pessoas.
São João Batista de Dourados crescia e, naturalmente, com o passar do tempo adquiriu supremacia em relação a Bebedouro, que se transformou, por sua vez, num bairro da localidade principal.
Em 1876, por meio de uma lei provincial, o bairro ganhou uma cadeira de primeiras letras. O que era uma pequena capela já se tornara em um capelão curado, onde eram oficializados casamentos, batizados e até o sacramento dos moribundos.
Francisco Eleodoro dos Santos, Bento Luis de Souza, Francisco Antonio Simões, José Alves de Lima, os irmãos Gomes de Freitas, e a família Correa dos Reis ou Correa de Toledo foram considerados os primeiros povoadores.
As primeiras famílias que ali chegaram tinham plantação e criação modestas, unicamente para o consumo. Criavam gado e porco e plantavam basicamente milho, feijão, algodão e cana-de-açúcar. As transformações da região foram impulsionadas pela introdução do café e também pela abolição da escravatura. Várias fazendas surgiram no local e muitos imigrantes italianos e espanhóis chegaram para substituir o trabalho escravo nas plantações.
Em 1876 o povoado tornou Curato e depois, em 1891, foi elevado à condição de Distrito de Paz, quando passou a ser denominado de Dourado. Apenas seis anos depois, em 1897, em 19 de maio, o então distrito de Brotas recebeu o título de município de Dourado.
Nessa época (de 1891 a 1897) a agricultura já exercia papel determinante na vida econômica do recém-criado município. Entretanto, em 1900 era inaugurada a Companhia de Estrada de Ferro do Dourado (Douradense), com sede na cidade de Dourado. A ferrovia teve seu apogeu concomitantemente à cultura de café, que ocupava em 1920 uma área de 5.902 hectares, o equivalente a 27,7% do território total, cujo cultivo era feito por 60% das propriedades de Dourado.
Atrelado ao sucesso do café, a Ferrovia Douradense integrava diversos municípios aos grandes centros, como Santos e São Paulo, de forma a viabilizar as exportações do café da região. A Companhia de Estrada de Ferro do Dourado atendia às cidades de Ribeirão Bonito, Boa Esperança do Sul, Bocaina, Bariri, Jaú, Borborema, Tabatinga, Gavião Peixoto, Nova Europa, Ibitinga, Itápolis e Trabijú, dentre outras localidades, ultrapassando a extensão de 300 quilômetros de trilhos.
De 1900 até 1930 Dourado viveu seu apogeu, chegando a possuir aproximadamente 18.000 habitantes, e exercia relativa influência nas cidades que integravam a sua microrregião.
Com a crise de 1929, começou a redução das áreas de café do município, que à época chegou a incrível marca de 60,3% do território de Dourado. As áreas foram aos poucos substituídas pela cultura do algodão e milho. Na década de 60 a estrada de ferro, já encampada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, deixou de operar, transferindo de Dourado para outras cidades enorme contingente de ferroviários, estimado em cerca de trezentos. Com esse fato, aliado à queda da cultura do café, Dourado, que já apresentava dificuldades para se manter no mesmo nível de desenvolvimento dos anos anteriores, sofre enorme impacto, que refletiu intensamente na sua situação sócio-econômica.
Mesmo com essas fortes transformações, Dourado nunca chegou a exercer um papel de grande centro econômico regional, sempre conservou suas características de pequena cidade do interior. A mistura de povos, mineiros e europeus, criou um ambiente caseiro que rapidamente se adaptou ao fato de o município ter diminuído seu número de habitantes praticamente pela metade. Hoje vivem em Dourado aproximadamente nove mil pessoas.
Dados e fotos da Pesquisa:
Site - Prefeitura Municipal de Dourado.
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