terça-feira, 21 de outubro de 2008

Lembranças da “Maria Fumaça”.



Arquivo Jornal: Cidade de Bocaina maio/2003.

O último trem da Douradense partiu de Bocaina há quase quatro décadas. Mas na memória de muitos, suas histórias permanecem tão fortes quanto os apitos que ele soltava na estação. (Plínio Teixeira Jr.)



Durante alguns dos finais de semana deste mês muitas pessoas se concentraram na praça Remígio Diegues para acompanhar as apresentações dos artistas contratados pela Prefeitura de Bocaina para os shows comemorativos pelos 112 anos do Município. Muitas dessas pessoas talvez nem saibam que aquele local, durante praticamente toda a primeira e parte da segunda metade do século passado, já havia servido como ponto de encontro dos bocainenses, que para ali se dirigiam em grande número, atraídos por aquele que era o principal acontecimento da vida da cidade naqueles tempos: a chegada e a partida dos trens da Companhia de Estrada de Ferro Douradense na estação local.


Na mesma praça, cujo nome homenageia o funcionário da companhia que mais tempo trabalhou como chefe da estação - convivem atualmente as lembranças daquele período, através do prédio da estação e da plataforma por onde os passageiros embarcavam nas locomotivas, e a realidade atual em matéria de transporte de passageiros, ali representada pelo terminal de ônibus da cidade.




Se hoje o movimento de passageiros que embarcam ou desembarcam dos ônibus da empresa Reunidas não desperta qualquer tipo de curiosidade da população, nos tempos da "Maria Fumaça"- apelido carinhoso dos trens que eram utilizados pela Douradense - essa atividade era aguardada com grande ansiedade pelos moradores. Principalmente nas tardes de domingo, o apito da Maria Fumaça na estação, no horário das 16h30, era acompanhado por uma verdadeira multidão.


O trem que passava neste horário por Bocaina vinha de Trabijú e tinha como destino final a cidade de Bariri. Já o trem proveniente de Bariri chegava à estação de Bocaina às 7h30, depois de passar pelas estações de Santa Eulália, Taboca, Posto Rangel e Izar. Depois de passar pela cidade, ele continuava a sua viagem até Ribeirão Bonito, com paradas nas estações de Pedro Alexandrino, Major Novaes, Trabijú e Sampaio Vidal. O trem que passava nesse horário serviu, durante muitos anos, a um grande número de estudantes bocainenses que diariamente se dirigiam a Ribeirão Bonito, onde freqüentavam o segundo grau, numa época em que esse curso ainda não era oferecido em Bocaina.



Na verdade para chegarem a Ribeirão Bonito, os passageiros faziam baldeação na estação de Trabijú, onde embarcavam em um outro trem, este com destino a São Carlos.



Uma viagem nos trens da época entre Bocaina e São Paulo, depois de baldeação em São Carlos, levava aproximadamente nove horas.





Funcionários:


Locomotiva:



Fonte de Pesquisa, dados, informações, fotos e documentos no site http://br.geocities.com/cefdourado/ , colaborador: Alberto Henrique Del Bianco (Curador do Museu virtual da Cia. Douradense).



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