O
que poucos douradenses sabem que por volta dos anos 70 a cidade de
Dourado foi cenário de Filmes estilo “western”. Assim como
várias cidades do interior do estado de São Paulo
serviram às produções do mesmo gênero
influenciados pelos Filmes Americanos de artistas como John Wayne,
Fred Mc Murray, Roy Rogers, Rochy Lane e outros.
O
Cinema Nacional, à época, era atraído à
uma região onde cortavam as Estradas de Ferro, entre elas a
“Douradense”, e escoavam nosso principal produto: o café
produzido nas fazendas paulistas. Além de oferecer paisagens
exuberantes cortada por rios, morros e encostas que ligados ao clima
e matas tropicais constituíam um perfeito cenário para
os filmes de faroeste.
Em
Dourado, para a produção de Pedro
Canhoto, o
vingador erótico, de
Raffaele Rossi foi montado em um galpão um set completo com
fachadas de saloon,
cadeia, estábulo, banco, casa e armazéns, uma vez que a
ação do filme se passa numa fictícia cidade
mexicana. Rossi, italiano de Arsiero, chegou ao Brasil em 1954 e sua
ligação com o cinema começou em 63, com venda de
equipamentos; dedicou-se à fotografia, depois à edição
e produção. É tido como um dos grandes do gênero
pornochanchada.
Fez filmes em 1971 até 1981. Em Pedro
Canhoto, que é de
1973, usou alguns atores profissionais e vários figurantes
locais, entre os quais atores de teatro de São Carlos, como
Dirce Semensato, que fazia parte do elenco do grupo Porão
7.
Fotos de Cenas de "Pedro Canhoto" - Filme gravado em 1973 em Dourado.
Assim
nos conta em seu livro; “Cinema Marginal: O Faroeste Caipira”, de
Névio Dias e Getúlio Alho. Editora Instituto Cultural
de Artes Cênicas do Estado de São Paulo – ICACESP –
2011.
Névio
Dias nasceu em São Caetano do Sul, SP, 4 de dezembro de 1922.
Analista Acadêmico, funcionário aposentado USP/São
Carlos. Membro fundador da FETAC – Federação de
Teatro Amador do Centro, Estado de São Paulo.
Getúlio
Alho escreve ficção e teatro. É arquiteto, ator
e diretor de teatro. Tem contos publicados em vários
periódicos e antalogias, muitos dos quais premiados reunidos
no Livro Inverno Verde (Editora Valer, 2002).
O
livro “Cinema Marginal: O Faroeste Caipira” é um
importante documentário sobre os principais filmes do Cinema
Nacional gravados em São Carlos e região, no início
do século 20. Destacam-se nesta obra literária nomes de
artistas consagrados pela empresa cinematográfica, entre eles,
Ronald Golias e o histórico de filmes protagonizados.
Sinopses, fichas técnicas e fotos das cenas.
Video: You Tube.
O
ICACESP é uma entidade sem fins lucrativos e tem por
finalidade a promoção, pesquisa e estudos na área
cultural e promoções de ações culturais.
Atuação
do ICACESP.
Preocupados
com a situação de abandono em que se encontrava a
produção cultural do interior paulista, que atingia
diretamente as Artes Cênicas, o ICACESP elaborou em 1997 um
documento intitulado Carta
de Sorocaba apresentado à
Assembléia Legislativa através do então Deputado
Oswaldo Justo, obtendo amplo apoio parlamentar, sendo encaminhado ao
Governo do Estado. Dada sua repercussão, em 2000 foi elaborado
outro documento, intitulado Carta
de Guarujá, no qual
aquelas críticas foram mais contundentes. Este documento
mereceu do então Governador Mário Covas uma atenção
especial e algumas medidas foram adotadas para amenizar a omissão
do Estado perante o processo cultural do interior paulista. Desde
então o ICACESP se mantém atento à política
cultural, apoiando as federações de teatro amador e os
produtores culturais para que o Estado estimule os grupos através
de patrocínios, verbas, cursos, seminários, oficinas
culturais, publicação e distribuição de
textos teatrais e material técnico. É importante que o
Estado volte a patrocinar o Festival Estadual de Teatro Amador, a
exemplo do que se fazia nas décadas de 60 e 70 e, através
do Prêmio Governador do Estado, a distribuição de
bolsas de estudo para atores e técnicos que se destacarem.
ICACESP
– Instituto Cultural de Artes Cênicas do Estado de São
Paulo.
Sede:
Av. Henrique Gregori, 1324, 13575-000. São Carlos, SP.
Sinopses
de Filmes produzidos em Dourado - VR Filmes.
A
Expedição:
Um
dos filhos de um empresário com problemas de saúde,
contrata um grupo de amigos para buscar uma planta medicinal que pode
curar o pai, obrigando-os a uma perigosa aventura em meio à
floresta tropical.
Longa
metragem, sonoro, ficção.
Roteiro
baseado: “Pharoons, a um
passo do perigo” de João Santiago; VHS; cor 1997; Locação:
Dourado, SP; Apoio: Pedro Dias Aguiar, José Miguel Demeti
(Déo), Luciano Castelucci (Locadora Paradiso), Bijú
(Auto-posto Avenida) e Felício Grego;
Gênero:
Aventura;
Direção:
Oswaldo Virgilio (Tijolinho);
Câmera:
Roberto Virgilio e Tijolinho;
Trilha
sonora e Montagem:
Tijolinho;
Elenco:
Paulo Alcaide, Márcio Marigo, Tijolinho, Luana Ferreira,
Adriese Luceli Miguel, João Santiago, Antonio Carlos de
Almeida, Silvio Rossi, Roberto Virgilio, João Rossi e Os
Nativos.
Alfândega:
Um
rapaz, vendo malogrados seus esforços em obter uma profissão
honrada, vai para o exterior e, aliando-se a novos parceiros, rouba
uma fortuna em diamantes convertidos em dinheiro. Retorna à
terra natal esperando seguir uma vida de negócios e lucro,
porém os fatos atrapalham esses planos. Depois de muitos
percalços, consegue a tão sonhada estabilidade.
Longa
metragem, sonoro, ficção, VHS; cor; 1997;
Locação:
Dourado, SP;
Produtora:
VR Filmes – Voluntários
Reunidos;
Gênero:
Aventura;
Direção:
Oswaldo Virgilio (Tijolinho);
Câmera:
Roberto Virgilio;
Trilha
sonora e Montagem:
Tijolinho;
Elenco:
Sônia Pavês, Antonio Carlos Almeida (Jacó), José
Salvador da Silva, Adriese Luceli Miguel, José Luiz
Struzzioto, João Santiago.
O
Espírito da Coisa:
Professor
jovem lê no jornal notícia sobre a fuga de presos e um
anúncio que promete um milhão de dólares pela
captura dos marginais. Com esse objetivo, entra para uma suposta
máfia, mas acaba sendo morto pela verdadeira organização.
Longa
metragem, sonoro, ficção, VHS; cor; 1998;
Locação:
Dourado, SP;
Produtora:
VR Filmes – Voluntários Reunidos;
Gênero:
Comédia;
Direção:
Oswaldo Virgilio (Tijolinho);
Câmera:
Roberto Virgilio;
Trilha
sonora e Montagem: Tijolinho;
Elenco:
Tijolinho, Antonio Carlos
Almeida (Jacó), Juninho, Roberto, Nego (Anderson).
Participação
Especial: José
Castelucci.
Na
Linha de Tiro:
José
é um garimpeiro de poucos recursos e é perseguido por
um trio de malfeitores constituído por Gregory, um ex-juiz,
Paco, sujeito violento e implacável, e a jovem Gabi. O trio se
especializa em roubar e eliminar garimpeiros que conseguem alguma
coisa na lavra. Os assaltos continuam até que Gaetho, irmão
gêmeo de José, dando pela falta do irmão e em
companhia de Alemão, um negro forte e destemido, parte para o
revide. Na batalha Gregory é morto, Pablo e Alemão são
feridos; Gabi escapa. Gaetho é ferido e cai no rio e some,
ficando o mistério do seu fim.
Longa
metragem, sonoro, ficção, cor, VHS; 1999;
Locação:
Dourado, SP;
Produtora:
VR Filmes – Voluntários
Reunidos;
Apoio:
José Demeti (Déo), Fazenda Hotel Bela Vista (Pedro Dias
Aguiar), Locadora Paradiso, Luciano Catelucci, Auto Posto Avenida,
Bijú e Felício Grego;
Gênero:
Comédia;
Direção:
Oswaldo Virgilio
(Tijolinho);
Câmera:
Roberto Virgilio;
Trilha
sonora e Montagem: Tijolinho;
Elenco:
Paulo Alcaide, João Santiago, Tijolinho, Luana Ferreira,
Antonio Carlos Almeida, Sérgio Grego.
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