quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A História dos Filmes de Faroeste em Dourado.

 

O que poucos douradenses sabem que por volta dos anos 70 a cidade de Dourado foi cenário de Filmes estilo “western”. Assim como várias cidades do interior do estado de São Paulo serviram às produções do mesmo gênero influenciados pelos Filmes Americanos de artistas como John Wayne, Fred Mc Murray, Roy Rogers, Rochy Lane e outros.
O Cinema Nacional, à época, era atraído à uma região onde cortavam as Estradas de Ferro, entre elas a “Douradense”, e escoavam nosso principal produto: o café produzido nas fazendas paulistas. Além de oferecer paisagens exuberantes cortada por rios, morros e encostas que ligados ao clima e matas tropicais constituíam um perfeito cenário para os filmes de faroeste.

Em Dourado, para a produção de Pedro Canhoto, o vingador erótico, de Raffaele Rossi foi montado em um galpão um set completo com fachadas de saloon, cadeia, estábulo, banco, casa e armazéns, uma vez que a ação do filme se passa numa fictícia cidade mexicana. Rossi, italiano de Arsiero, chegou ao Brasil em 1954 e sua ligação com o cinema começou em 63, com venda de equipamentos; dedicou-se à fotografia, depois à edição e produção. É tido como um dos grandes do gênero pornochanchada. Fez filmes em 1971 até 1981. Em Pedro Canhoto, que é de 1973, usou alguns atores profissionais e vários figurantes locais, entre os quais atores de teatro de São Carlos, como Dirce Semensato, que fazia parte do elenco do grupo Porão 7.
 


Fotos de Cenas de "Pedro Canhoto" - Filme gravado em 1973 em Dourado.







Assim nos conta em seu livro; “Cinema Marginal: O Faroeste Caipira”, de Névio Dias e Getúlio Alho. Editora Instituto Cultural de Artes Cênicas do Estado de São Paulo – ICACESP – 2011.

Névio Dias nasceu em São Caetano do Sul, SP, 4 de dezembro de 1922. Analista Acadêmico, funcionário aposentado USP/São Carlos. Membro fundador da FETAC – Federação de Teatro Amador do Centro, Estado de São Paulo.

Getúlio Alho escreve ficção e teatro. É arquiteto, ator e diretor de teatro. Tem contos publicados em vários periódicos e antalogias, muitos dos quais premiados reunidos no Livro Inverno Verde (Editora Valer, 2002).

O livro “Cinema Marginal: O Faroeste Caipira” é um importante documentário sobre os principais filmes do Cinema Nacional gravados em São Carlos e região, no início do século 20. Destacam-se nesta obra literária nomes de artistas consagrados pela empresa cinematográfica, entre eles, Ronald Golias e o histórico de filmes protagonizados. Sinopses, fichas técnicas e fotos das cenas.

Video: You Tube.







O ICACESP é uma entidade sem fins lucrativos e tem por finalidade a promoção, pesquisa e estudos na área cultural e promoções de ações culturais.

Atuação do ICACESP.
Preocupados com a situação de abandono em que se encontrava a produção cultural do interior paulista, que atingia diretamente as Artes Cênicas, o ICACESP elaborou em 1997 um documento intitulado Carta de Sorocaba apresentado à Assembléia Legislativa através do então Deputado Oswaldo Justo, obtendo amplo apoio parlamentar, sendo encaminhado ao Governo do Estado. Dada sua repercussão, em 2000 foi elaborado outro documento, intitulado Carta de Guarujá, no qual aquelas críticas foram mais contundentes. Este documento mereceu do então Governador Mário Covas uma atenção especial e algumas medidas foram adotadas para amenizar a omissão do Estado perante o processo cultural do interior paulista. Desde então o ICACESP se mantém atento à política cultural, apoiando as federações de teatro amador e os produtores culturais para que o Estado estimule os grupos através de patrocínios, verbas, cursos, seminários, oficinas culturais, publicação e distribuição de textos teatrais e material técnico. É importante que o Estado volte a patrocinar o Festival Estadual de Teatro Amador, a exemplo do que se fazia nas décadas de 60 e 70 e, através do Prêmio Governador do Estado, a distribuição de bolsas de estudo para atores e técnicos que se destacarem.

ICACESP – Instituto Cultural de Artes Cênicas do Estado de São Paulo.
Sede: Av. Henrique Gregori, 1324, 13575-000. São Carlos, SP.


Sinopses de Filmes produzidos em Dourado - VR Filmes.

A Expedição:

Um dos filhos de um empresário com problemas de saúde, contrata um grupo de amigos para buscar uma planta medicinal que pode curar o pai, obrigando-os a uma perigosa aventura em meio à floresta tropical.
Longa metragem, sonoro, ficção.
Roteiro baseado: “Pharoons, a um passo do perigo” de João Santiago; VHS; cor 1997; Locação: Dourado, SP; Apoio: Pedro Dias Aguiar, José Miguel Demeti (Déo), Luciano Castelucci (Locadora Paradiso), Bijú (Auto-posto Avenida) e Felício Grego;
Gênero: Aventura;
Direção: Oswaldo Virgilio (Tijolinho);
Câmera: Roberto Virgilio e Tijolinho;
Trilha sonora e Montagem: Tijolinho;
Elenco: Paulo Alcaide, Márcio Marigo, Tijolinho, Luana Ferreira, Adriese Luceli Miguel, João Santiago, Antonio Carlos de Almeida, Silvio Rossi, Roberto Virgilio, João Rossi e Os Nativos.


Alfândega:

Um rapaz, vendo malogrados seus esforços em obter uma profissão honrada, vai para o exterior e, aliando-se a novos parceiros, rouba uma fortuna em diamantes convertidos em dinheiro. Retorna à terra natal esperando seguir uma vida de negócios e lucro, porém os fatos atrapalham esses planos. Depois de muitos percalços, consegue a tão sonhada estabilidade.
Longa metragem, sonoro, ficção, VHS; cor; 1997;
Locação: Dourado, SP;
Produtora: VR Filmes – Voluntários Reunidos;
Gênero: Aventura;
Direção: Oswaldo Virgilio (Tijolinho);
Câmera: Roberto Virgilio;
Trilha sonora e Montagem: Tijolinho;
Elenco: Sônia Pavês, Antonio Carlos Almeida (Jacó), José Salvador da Silva, Adriese Luceli Miguel, José Luiz Struzzioto, João Santiago.


O Espírito da Coisa:

Professor jovem lê no jornal notícia sobre a fuga de presos e um anúncio que promete um milhão de dólares pela captura dos marginais. Com esse objetivo, entra para uma suposta máfia, mas acaba sendo morto pela verdadeira organização.
Longa metragem, sonoro, ficção, VHS; cor; 1998;
Locação: Dourado, SP;
Produtora: VR Filmes – Voluntários Reunidos;
Gênero: Comédia;
Direção: Oswaldo Virgilio (Tijolinho);
Câmera: Roberto Virgilio;
Trilha sonora e Montagem: Tijolinho;
Elenco: Tijolinho, Antonio Carlos Almeida (Jacó), Juninho, Roberto, Nego (Anderson). Participação Especial: José Castelucci.




Na Linha de Tiro:

José é um garimpeiro de poucos recursos e é perseguido por um trio de malfeitores constituído por Gregory, um ex-juiz, Paco, sujeito violento e implacável, e a jovem Gabi. O trio se especializa em roubar e eliminar garimpeiros que conseguem alguma coisa na lavra. Os assaltos continuam até que Gaetho, irmão gêmeo de José, dando pela falta do irmão e em companhia de Alemão, um negro forte e destemido, parte para o revide. Na batalha Gregory é morto, Pablo e Alemão são feridos; Gabi escapa. Gaetho é ferido e cai no rio e some, ficando o mistério do seu fim.
Longa metragem, sonoro, ficção, cor, VHS; 1999;
Locação: Dourado, SP;
Produtora: VR Filmes – Voluntários Reunidos;
Apoio: José Demeti (Déo), Fazenda Hotel Bela Vista (Pedro Dias Aguiar), Locadora Paradiso, Luciano Catelucci, Auto Posto Avenida, Bijú e Felício Grego;
Gênero: Comédia;
Direção: Oswaldo Virgilio (Tijolinho);
Câmera: Roberto Virgilio;
Trilha sonora e Montagem: Tijolinho;
Elenco: Paulo Alcaide, João Santiago, Tijolinho, Luana Ferreira, Antonio Carlos Almeida, Sérgio Grego.




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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Filmes em Dourado, SP



Dourado tem produtora de filmes caseira.




Desde criança, Oswaldo Vergílio, mais conhecido como Tijolinho, sonhava com o mundo do cinema. Trabalhar em montagens cinematográficas, dirigir cenas e, até mesmo, atuar sempre esteve entre as pretensões do menino que herdou do pai a paixão por filmes.
Tijolinho cresceu e, embora, com muitas limitações orçamentárias, decidiu realizar seu sonho de criança montando uma pequena produtora de filmes, a VR Filmes.
Em 1995, a produtora rodou o seu primeiro longa-metragem, “Alfândega”, e depois vieram “Expedição” (1997), rodado na Fazenda Bela Vista, com a participação de Paulo Alcaide, João Santiago, Antonio Carlos de Almeida, Adriesse Miguel, Luana Ferraz, Márcio Marigo e João Rossi, “Espírito da Coisa” (1998), o qual teve como locação vários pontos da cidade, e “Linha de Tiro” (1999).
Com todos esses filmes conseguimos perpetuar a história da nossa querida cidade”, afirma Tijolinho.
Agora, em 2007, com o advento de novas tecnologias, toda a produção da VR foi “passada” para DVD o que enche de orgulho o produtor que, grato, não esquece das pessoas que ajudaram na realização deste sonho. “Não posso deixar de agradecer o apoio de José Miguel Demetti (Déo), Pedro Dias Aguiar (Hotel Fazenda Bela Vista), Luciano Castelucci (Locadora Paradiso), Bijú (Auto Posto Avenida) e Felício Grego”, afirma Tijolinho.
Fontes da Pesquisa: http://www.dourado.sp.gov.br

[23/08/07]


Dourado Eventos.
Aos interessados nos recentes lançamentos cinematográficos, A VR Filmes (Voluntários Reunidos) produtora de cinema em VHS, vem comunicar ao público, mais precisamente ao povo da região, de que já se encontra na locadora um dos seus mais recentes trabalhos, destacando o filme, A EXPEDIÇÃO, gravado nas imediações do próprio município de Dourado, contando especialmente com o apoio e colaboração da Fazenda Hotel Bela Vista, do Sr. Pedro Dias Aguiar, expressando também agradecimentos a José Miguel Demeti (Déo), a Locadora Paradiso de Luciano Castelucci, e as autoridades oficiais da cidade.
A produtora adverte respeitosamente ao público de que não é praxe produzir e exibir esse gênero de filmes; ao passo que preferimos algo menos agressivo e que seja de certa forma educativo às gerações vindouras, porém ressalta que a diversificação de estórias, ocorre em virtude de atender a todos de igual maneira sem contrariar o prestígio do telespectador.
A origem do filme provém de um roteiro escrito por João Santiago, denominado; “Pharoons, a um passo do perigo”, cujo título e decurso da estória se diferencia em detalhes, do referido lançamento, A Expedição, mas o resumo é o mesmo, contando sobre a vida de um certo empresário, que passa por problemas de saúde; e um de seus filhos contrata um grupo de pessoas para a perigosa e incessante busca de uma planta medicinal em extinção existente somente no meio de uma floresta tropical.
O sistema de filmagem operado pelos câmeras Roberto Vergilio e Tijolinho (Oswaldo Vergilio) tornou o verde daquele visual ecológico ainda mais empolgante, uma vez que a elaboração de montagem e trilha sonora esteve aos cuidados do persistente “Tijolinho” que não mediu esforços para que o trabalho, apesar da falta de recursos; fosse concluído. A realização deste evento, contou com a participação das seguintes pessoas:
Paulo Alcaide – Márcio Marigo – Tijolinho – Luana Ferreira – Adriese Luceli Miguel – João Santiago – Antonio Carlos de Almeida – Silvio Rossi – Roberto Vergilio – João Rossi – e os Nativos.


Publicação do Ano de 1997 “Jornal: O Dourado”.





Oswaldo Vergilio é um exemplo de douradense que não se envergonha de suas raízes.
Trabalhou doze anos frente ao Cine São Paulo como projetista do Sr. Orlando Tavano, proprietário do cinema.
Fez, por várias vezes, encenação de Corpus Christi, em frente a Igreja Matriz de São João Batista e atuou em peças de teatro nas Escolas Salles Júnior e Senador.
Em 1972 e 1973, no auge de músicas da MPB, Beatles, Bee Jees, ABBA, The Feevers oferecia músicas pelo alto falante da Igreja aos jovens que faziam o “footing” pela praça. Era o costume daquela época.
Tijolinho conta que o trabalho que realizou em seus filmes teve como objetivo o registro de uma época onde nas cenas gravadas pode ser visto o respeito a mata nativa que rodeiam as fazendas e suas sedes assim como os bairros que cresciam em volta de Dourado mostrando a cidade que temos agora.
Muito mais que fama ou prestígio pelos filmes que compartilhou e divulga sobre o cenário da cidade de Dourado pretende apenas creditar seu trabalho o respeito à memória histórica na formação da cidade de Dourado até os dias de hoje.
Para quem quiser entrar em contato com Tijolinho e saber mais sobre seus filmes:
Celular: (16) 8136-0097.


Fotos de Cenas de Filmes gravadas de 1995 à 1999 pelos bairros de Dourado e fazendas:


Escola Estadual Salles Jr.



Escola Municipal Malheiro.



Frente ao Cemitério Municipal.



Cozinha Piloto.



Plantação de Café.



Filme: A Expedição.



Rio Jacaré Pepira.



Praça do Bocha.



Propriedade Rural.



Ribeirãozinho.


Bairro Aeroporto.










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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Praça Rosa Apparecida, Dourado - SP.


Popularmente chamada Praça do Tiba. Está localizada nas coordenadas 22º 06’ 35.90” latitude Sul e 48º 19’ 02.32” longitude Oeste e entre a rua Rio Grande do Sul e a avenida Marchador Brasil, na Vila São José (FIGURA 08).




FIGURA 08: Visão panorâmica. Localização da Praça Rosa Apparecida presente na cidade de Dourado-SP (FONTE: Google Earth; 08 set 2011).


Como a Praça Girassol, este logradouro também é de cunho particular e que atende toda a massa populacional pública que desfruta de suas acomodações.

Não há registro de seu nome ou decreto que comprove o porquê de ser chamada assim na Prefeitura Municipal de Dourado - SP, mas de acordo com as entrevistas, seu nome surgiu em homenagem a Senhora Rosa Apparecida que desfrutava das ligações de parentesco entre os elaboradores.

Está situada no bairro Vila São José, entre a Rua Rio Grande do Sul e a Avenida Marchador Brasil, dentro do perímetro urbano do município e não se sabe, exatamente, a data de sua construção. Este largo preserva uma flora de grande e médio porte prevalecendo uma área sombreada que abrange todo o local. E seus bancos, vivem ocupados pelas pessoas, por serem objetos de descanso na rota que liga o bairro Vila São José com o Bairro Centro e Jardim Paulista (FIGURA 21).





FIGURA 21: Praça Rosa Apparecida (IMAGEM: DONATO, G. R, 2011).



Algumas Conclusões sobre a Abordagem Histórica das Praças.


Na exploração das entrevistas a maior contribuição dos relatos partiu da faixa etária entre 61 a 80 anos compondo 43,48% dos participantes. A mesma massa também mencionou o seu tempo de residência em Dourado – SP, afirmando ter mais de cinqüenta anos. Quanto cogitada a idéia se as praças de hoje são iguais a do passado 86,95% confirmaram que não. Se são freqüentadas, tanto para passeios ou recreação, (não necessariamente em todas) 100% exaltaram que sim, onde a mais citada foi a Praça São João Batista. Se ocorre algum tipo de atividade, 91,3% relatou que sim. E se os voluntários conheciam as variedades de plantas existentes, mais de 80% afirmaram que sim, comentando sobre as Palmeiras, os Ipês e as Sibipirunas.

Além disso, o estudo cultural dessas praças foi um tanto delicado para obtenção da documentação histórica, já que os aspectos do passado são deixados para segundo plano diante da estética moderna visada em outros tipos de trabalho. Nos depoimentos, muitos moradores relataram insatisfação pelas atuais condições das praças, expondo um ponto de vista completamente contra as reformas atribuídas. A justificativa exaltou as mudanças desnecessárias que acabaram abalando os momentos históricos, tanto nas lembranças da arquitetura local, como da jardinagem perdida. A partir daí, propõem – se uma significativa atenção para esses espaços já que a população possui intima relação na participação da administração histórica guardando fatos que, futuramente, podem contribuir para outros estudos. Entretanto, poucos ainda enxergam a conservação com real preocupação, onde a palavra Praça carrega mais que uma função de lazer. Sua potencialidade deslumbra e enriquece a mente humana quando se deixa levar pelos seus anseios fortalecendo, assim, o bem estar da coletividade.


ABORDAGEM FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLÓGICA DAS PRAÇAS DA CIDADE DE DOURADO-SP COM TRAÇOS DE SUA HISTÓRIA E CULTURA.

Gabriel Romeiro Donato.


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Avenida Marchador Brasil 14.000 Km


Álbum Histórico de Dourado.

Entalhe em Madeira - Homenagem.

A História do Café em Dourado.

Lembranças da Escola Rural em Dourado.