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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Vaivem. (Jornal Correio D'Oeste, Ribeirão Bonito – 1963).



O Vaivem.

Periódico do Grêmio Estudantil “19 de Maio” da ENGE Dr. Salles Júnior.
Orientadora: Profa. Maria Apparrecida Valente, Colaboradores: Professores e Alunos.
Ano I – Dourado, Março e Abril de 1963 – Nº 1.

Nesta publicação o Blog Dourado Online tem a grata satisfação de compartilhar com todos que acompanham nossos “posts” (publicações) um retrato da cidade de Dourado na década de 60. Narrações de professores que iluminam o entendimento com seus textos, comerciantes que sempre colaboraram com a divulgação de eventos em Dourado. Em destaque o texto do Professor Caldas em homenagem a Escola Salles Jr.

Ganhamos uma Escola Normal.
Nosso município foi finalmente contemplado com uma Escola Normal.
Criada pela Lei nº 6690 de 4/1/1962, de autoria do Deputado Orlando Zancaner, foi instalada oficialmente no dia 9 de março do corrente ano.

Apesar do curto espaço de tempo que tínhamos para organizar um festejo digno deste estabelecimento, foi realmente comemorada, atraindo para as dependências do nosso Salão Nobre uma enorme multidão, não faltando mesmo a conhecida corporação musical “19 de Maio” que com a sua presença, deu maior brilhantismo as festividades.

Eram precisamente 13 horas quando, com a presença de autoridades locais, a sessão solene foi aberta pela DD. Diretora da Escola Sra. Gunar de Araújo, que convidou o Prof. João Jorge Marmorato, DD. Inspetor Estadual do Ensino Secundário para a presidência da sessão.

Proferiu sua senhoria breves palavras sobre o valor e oportunidade do Curso Normal para os estudantes deste estabelecimento de ensino.

Em seguida deu-se a leitura da Ata de instalação, proferida pelo Sr. Antonio Monteiro Novo, digníssimo Secretário desta Escola.
Após a leitura foi dada a palavra à aluna Telma Rúbio que, congradulando-se com o povo, agradeceu aos Srs. Izidoro Munhoz e Elias Maluf os esforços para a concretização de tão almejado sonho. Representando o corpo docente, fez uso da palavra o Prof. Caldas. Referiu-se primeiramente sobre a repercussão entusiástica que se fez sentir, no seio da mocidade estudantil local, transformando em realidade um velho sonho destes estudantes: sua Escola Normal. Disse ainda das dificuldades que os alunos vinham enfrentando, a fim de prosseguirem seus estudos, locomovendo-se para a cidade vizinha, Ribeirão Bonito. Hoje, graças a essa instalação, estes sacrifícios deixam de existir. Doravante prosseguirão eles a sua vida estudantina no mesmo estabelecimento onde cursaram seus primeiros quatro anos ginasiais. Fez uma referência elogiosa a nossa Escola, nos seguintes termos: “Esta Escola, da qual pertenço e com muita honra, há 7 anos, tem conseguido os objetivos reais da educação pela dedicação e abnegação de seus mestres e diretores. Tendo na direção uma professora como D. Gunar de Araújo, um corpo docente capacitado, e um exemplar corpo administrativo, que tem recebido os melhores elogios de nossas autoridades escolares, por certo a ENGE “Dr. Salles Junior” terá sempre um lugar de destaque dentre as demais que formam a rede educacional de nosso Estado.

Finalmente agradeceu a presença das autoridades e convidados que prestigiaram esta festividade”. Terminada a oração foi dada a palavra ao Sr. Izidoro Munhoz, um dos batalhadores para a criação e instalação da Escola Normal. Fez referências especiais à Sra. Leonor Mendes de Barros, que deu toda atenção e apoio para que se efetivasse este grande empreendimento para Dourado. Em seguida falou o Prof. Daury Speranza enaltecendo a festa do dia. O Prof. Alfredo Gonçalves, ex-diretor do Grupo Escolar local, congratulou-se com nossa população.

Finalmente o Prof. João Jorge Marmorato encerrou a sessão convidando os presentes para assinarem a Ata da Instalação da Escola Normal.
Assim deu-se o início da Escola Normal de Dourado, um presente da primeira dama paulista Exma. Sra. D. Leonor Mendes de Barros aos douradenses. A ela os agradecimentos da “Cidade Coração”.

Professor Caldas.



Pan-Americanismo.

Nada há no mundo mais belo sentimento de amizade. Este sentimento traz consigo várias consequências como o entendimento, o perdão, a alegria e a paz.

Onde há amizade, todas as desgraças são atenuadas. Se o amor entre as pessoas do nosso convívio diário é importante, quanto mais o que se tem às pessoas diferentes!

Se houvesse realmente esse sentimento entre todas as nações, não existiriam as lutas, as guerras, essas bárbaras mortandades, que tanta desgraça trazem para os povos. O dia 14 de Abril, é para nós os americanos uma data importante porque encerra um sentimento de amizade, de camaradagem entre as Américas.

Esta data foi comemorada pela primeira vez em 14 de Abril de 1931, e faz nos recordar os vínculos políticos, econômicos e espirituais que ligam os vinte e um países do continente americano.

Vemos entre essas nações o intercâmbio econômico, cultural, a navegação marítima, a navegação aérea, tudo feito de tal moda, que venha auxiliar uma a outra, concorrendo, assim, para o progresso e a tranquilidade de todos.

Brasileiros, trabalhemos unidos, pois a união faz a força. Trabalhemos pelo mesmo ideal de paz e concórdia. Esforcemo-nos para que os laços que unem os povos das Américas se solidifiquem cada vez mais. Esforcemo-nos para que a este elo que se chama Pan Americanismo, seja ligado outros países, até que todos formem uma só corrente e possam descansar tranqüilos por terem afastado da face da terra o terrível monstro que se chama guerra destruidora da civilização do progresso, da paz e da alegria!

Silvia Pereira dos Santos.
 

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Interessante ainda nesta pesquisa ver as principais lojas que existiam à época e atendiam as necessidades do povo douradense.
Podemos citar a Relojoaria e Ourivesaria Jacobucci, Casa Fundada em 1918, Selaria e Livraria Brasil do Sr. Luiz Valente, Auto Posto São João do Sr. Rubens Baldin, Casa Pasquale de Irmãos Pasquale, Casa Izidoro – Armazém de secos e molhados, bebidas nacionais e estrangeiras, etc do Sr. Izidoro Munhoz.
Destaque para os Filmes da Semana.
O proprietário do Cinema “Cine São Paulo”, o Sr. Orlando Tavano costumava fazer brincadeiras com os amigos anunciando os filmes em cartaz, (Todo dia tinha filmes):
2ª feira – Ventos do Sul com o geólogo Antonio Rafael Tavano.
3ª feira – De Tanto Amar Fiquei Careca com Antonio Sérgio.
4ª feira – Didas sem Destino com a intrépida 4ª série.
5ª feira – Um Raio de Luz apresentando Matilde.
6ª feira – Na Corda Bamba com a estudiosa 2ª série.
Sábado – Os Três Mosqueteiros com Marcos Bartelotti, Ernesto Parra e Antonio Luiz Demetti.
Domingo – Vesperal – Guerra e Paz com a 1ª série.
à noite – Em cada Coração um Saudade com a 3ª série.

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Colaborador em destaque nesta publicação:
Osvaldo Vergílio.
Trabalhos de Reciclagem.
Contato Telefone: (16) 8207-9814




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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Curriculum Histórico – Grupo Escolar de Dourado.


 Foto: Grupo Escolar (1909).
 
Texto de autoria da Senhora Miltes Bueno Galassi de 22 de julho de 1999.
Edição Comemorativa dos 90 anos da Escola Municipal Senador Carlos José Botelho.

Em 3 de agosto de 1909, inaugura-se na cidade de Dourado, o Grupo Escolar de Dourado, casa de Ensino, que proporcionou em instância pioneira a oportunidade de acesso à educação, aos douradenses que iniciavam a caminhada em direção à conquista do futuro, que só a alfabetização e posterior a capacitação à leitura, concede a todos os cidadãos. Foi um marco de progresso, de avanço na história de Dourado e até os dias atuais se acentua a importância do feito, celeiro de onde saíram os primeiros frutos positivos da magnitude da atitude de visão futurista do seu idealizador, que ao projetar a estrutura da escola, vislumbrou o que representava para nossa terra a Determinância da Instrução.

Posteriormente o Grupo Escolar foi recebendo modificações, e exibindo modernidade nas instalações, assim como o método de ensino foi sofrendo transformações, se atualizando e mantendo-se no mesmo nível das instituições mais elevadas, de conceito semelhante ao primeiro mundo!

O douradense de qualquer época, guarda em seu coração: o respeito, a gratidão, e o eterno apego à casa de ensino onde aprendeu as primeiras letras, alavanca de sua ascensão a descortinar o futuro a sua frente.

Baluarte indestrutível a garantir a sustentação de nossa escultura, instrumento precursor da nossa liberdade.

Enquanto permanecer o lendário “Grupo Escolar de Dourado” de pé, seja lá qual for a denominação, que atualmente o determina, Dourado será o símbolo de progresso, de um povo esclarecido, absolutamente compatível com seu grande destino!

Miltes Bueno Galassi é autora também do Hino de Dourado, Co-produção Antologia Poética (Poesias Brasileiras), Timor "Poemas de Esperança" (Poesias Brasileiras) entre outros livros publicados.
Pela Lei Nº 1.210 de 12 de maio de 2009, na administração do Sr. Prefeito Municipal Edmur Pereira Buzzá, o Centro Cultural de Dourado recebe a denominação de “Centro Cultural Miltes Bueno Galassi”, em justa homenagem a escritora.

É esta casa de ensino, um lar aberto, iluminado...
Em que os professores, conjuntamente distribuem ensinamentos e afeições como se fossem todos filhos, os seus alunos.
A quem se educa e se exempla com profundos atos de amor que brotam da alma e do coração.

Edição Especial.
Professores Responsáveis:
Isabel Aparecida Zólio
Maria José dos Santos Demeti
Rose Mary Vernáglia Zólio
Sonia Maria Dada.

Foto: Grupo Escolar Senador Carlos José Botelho (01/05/1940). 


Foto: EMEF Senador Carlos José Botelho em Maio de 2011.



Foto: Grupo Escolar Natal de 2011.




Semeia Sempre.

No grande cosmos, tu és uma semeador,
Tu és presença e pessoa...
Não pode fugir à responsabilidade de semear...
Não digas:
O sol é áspero,
O sol queima,
Chove constantemente,
A semente não serve.
Não é tua função julgar a terra, o tempo, as coisas...
Tua missão é semear...
As sementes são abundantes... e germinam facilmente,
Um pensamento, um gesto, um sorriso, uma promessa de alento.
Um aperto de mão, um conselho amigo, um pouco de água.
Não semeies, porém, descuidadamente,
Como alguém que se desincumbe de uma missão.
Ou cumpre uma simples tarefa.
Semeia com interesse, com amor, com atenção,
Como quem encontra nisso o motivo de sua fidelidade!
E o semear não penses: Quanto me darão?
Quanto será a colheita?
Recorda que não semeias para enriquecer
Guardando o ganho multiplicado.
Semeias, porque não pode viver sem dar,
Porque não podes servir a Deus, sem servir aos teus
irmãos.
És dono de ti e da vida,
Quando trocas o teu pouco com o outro.
Sem esperar recompensas... serás recompensado;
Sem esperar riqueza... enriquecerás;
Sem pensar na colheita... teus bens te multiplicarão.
Porque semeias num reino,
Onde dar é receber,
Onde dar a vida é perde-la para encontrá-la,
Onde gastar servindo é crescer e transformar.
Semeia sempre, em todo terreno,
Em todo o tempo a boa semente,
Com amor, com carinho,
Sai, semeador...
Parte...
Prepara...
O que o outro te pode dar...
Levando contigo tudo o que tens e acolhe.
Vigia e vela... Lembra que o fruto é para partilhar,
A glória para Deus,
E na simplicidade dize: obrigado...
Sê pois um semeador... hoje, agora... aqui e já

(Autor desconhecido).


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terça-feira, 27 de março de 2012

A História do Grupo Escolar - Dourado, SP.




A História do Grupo Escolar.

Quando a Câmara dos Deputados, de bancada oposicionista, levantou-se a voz, acusando a construção do Grupo Escolar no município em que o Dr. Carlos José Botelho era fazendeiro, respondeu ele sereno e decisivamente: “a verba orçamentária destinada pelo Governo à minha Secretaria é para construção de oito Grupo Escolares e dentro dela, como de Dourado, estou fazendo nove.”

Esta justificativa patriótica e honesta, foi água na fervura parlamentar. Ele poderia responder ao ataque dizendo ao acusador, que não construiu escola para seus filhos ou para os filhos dos seus colonos, mas sim, para um povo que tinha direito ao Ensino Público.

O Dr. Botelho desenhou o esquema da construção com sua própria bengala no chão onde a obra foi erguida.
O terreno onde foi construído o Grupo Escolar foi oferecido pela municipalidade em frente à praça São João.
O projeto foi idealizado entre 1907 e 1908 por Manoel Sabater, autor de inúmeras edificações escolares na antiga Superintendência de Obras Públicas.

Sua construção pode ser comparada a de Humbeeck, embora presente uma linha de estilo bastante peculiar.
Os ornamentos utilizados na composição das fachadas, são semelhantes a alguns que esse mesmo arquiteto utilizou posteriormente na elaboração de um projeto para o Grupo Escolar, em 1909.

Algumas pranchas originais estão identificadas de “Typo de Escola Mixta”. Entretanto as características da edificação são as mesmas dos demais Grupos Escolares, com oito salas de aula, isoladas 4 a 4 em alas diferentes. Separando as duas seções localiza-se uma sala destinada aos professores, o único ambiente administrativo existente na escola.

As salas de frente são separadas por uma divisória leve de madeira, podendo integrá-las num mesmo ambiente.

Com algumas diferenças entre si, quanto aos ornamentos, formas das evazaduras, as Escolas de Dourado e Ribeirão Bonito distinguem-se dos edifícios até então projetados, no tratamento formal das fachadas.

As aberturas ganham novo ritmo, concentrando-se duas a duas e os frontões normalmente situados no centro das edificações, passaram a ornamentar as extremidades do edifício.

Ao contrário do que ocorre na maioria das Escolas, nosso prédio mantém ainda as janelas originais de madeira.

No decorrer dos 90 anos de sua criação “A Escola passou por vários nomes”.
1909 = Grupo Escolar de Dourado.
04/09/1952 = De acordo com o Decreto 21.694 de 04/09/1952 – O Grupo Escolar passa a denominar-se Grupo Escolar “Senador Carlos José Botelho”.
21/01/1976 = O Decreto 7.400 de 30/12/1973 e ainda considerado o disposto no plano Estadual de implantação da Lei 5.692/71 – aprovado pelo parecer 990/72 do C.E.E resolve:
Artigo 1º : Adotar as seguintes medidas para a reestruturação da rede oficial de ensino da Divisão Regional de Educação de Ribeirão Preto, Município de Dourado.
Transformar o G.E. “Senador Carlos José Botelho” em Escola Estadual de 1º Grau “Senador Carlos José Botelho”.
23/10/1997 = Com a Municipalização do Ensino em Dourado em 1997, a E.E.P.G. “Senador Carlos José Botelho” passou a Escola Municipal de Ensino Fundamental “Senador Carlos José Botelho”.
1999 = Escola Municipal “Senador Carlos José Botelho”.

Contribuição desta publicação no blog: Osvaldo Virgilio (Tijolinho).

Fotos da Edição Especial de 1999.







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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vida Escolar, uma História

O ano letivo escolar de 2011 vem chegando ao fim em Dourado, como nas demais cidades brasileiras, e muitas lembranças vem a tona na mente de jovens e profissionais da educação que tem a árdua tarefa em formar cidadãos. Selecionei depoimentos de jovens que viveram diferentes épocas da história do Brasil e a experiência que cada um conta sobre a importância da Escola Senador que reside em suas vidas.

Retirado da: “Edição Comemorativa dos 96 anos da Escola Municipal Senador Carlos José Botelho”. (Dourado, 03 de agosto de 2005).

Pedro Luiz Gallassi Sobrinho – 44 anos.
Estudou na Escola de 1968 a 1971.

Escola da Família.

A Vitória do movimento político-militar de 1964 abriu uma nova etapa da História Republicana do Brasil. O regime ditatorial, iniciado em 64, inaugurou um tempo de repressão, tortura e censura. Vozes veladas em um país oprimido por militares da déspotas e esclarecidos.

Mesmo em meio a esse clima de tensão que pairava sobre o país, a escola Senador Carlos José Botelho seguia seu caminho e recebia em 1965 o aluno Oswaldo Gallassi Júnior.

As palavras de Gallassi se enchem de poesia quando relembra os tempos de escola: “Me lembro das brincadeiras que fazíamos no pátio e dos momentos de estudo nas salas de aula. Continuar morando em Dourado, manteve viva, em minha memória, a deliciosa sensação de poder estar todos os dias, durante vários anos, nesta escola tão bela”, diz.

O sentimento de gratidão é o maior presente em Gallassi quando à sua memória voltam histórias da infância: “Só tenho a agradecer, uma vez que nessa fase foram, em mim, construídas as bases sólidas para o crescimento íntimo do ser. Dos professores e funcionários recebi, além dos conhecimentos ministrados para o desenvolvimento intelectual, o carinho, o afeto e as principais noções de disciplina, fundamentais na formação dos imorredouros valores morais”, conta.

Em meio às recordações e saudades dos professores, funcionários colegas e do próprio frescor da infância, ele encerra dizendo como considera a Escola Senador: “Ela é muito especial para mim, pois é parte integrante da minha história, ela é parte integrante da minha alma”.

Em 1968, quando o regime militar se torna mais cruel com a expedição do Ato Institucional 5, Oswaldo Gallassi Júnior deixa a escola. Em contrapartida, seu irmão Pedro Luiz Gallassi Sobrinho, o Doca, chega para desfrutar de tudo o que o Senador tinha para lhe oferecer.

Doca teve o privilégio de conviver com seu próprio pai (que era funcionário da escola) dos anos em que lá estudou. “As lembranças de meu pai e da hora do recreio no pátio, ainda de terra e cheio de árvores, são as mais vivas em mim”, diz ele.

A obediência era indispensável no relacionamento com os professores e, hoje, a saudade é inevitável quando falo da Senador”, finaliza Doca.


Fernanda Paloschi Martins – 21 anos.
Estudou na Escola de 1990 a 1995.

Valor Humano.

Com o fim da ditadura militar, o Brasil e todo o seu povo recuperam direitos que até então lhe eram negados. Em 1989, realizaram-se a campanha eleitoral e as eleições presidenciais e, pela primeira vez em 29 anos, o presidente seria eleito diretamente pelo povo.

No ano de 1990, com Fernando Collor de Melo já na presidência e a escola Senador podendo ensinar aos alunos que eles podiam ensinar aos alunos que eles estavam livres da censura e podiam expressar suas opiniões, Fernanda Paloschi Martins chega à Senador Carlos José Botelho.

Fernanda conta como foi bem recebida nesse espaço ainda desconhecido: “Desde o começo a convivência foi ótima, tanto que me tornei amiga de todos eles”.

As lembranças de Fernanda em relação à escola são indissociáveis das lembranças que ela guarda do seu tempo de criança: “A escola Senador está diretamente relacionada com a minha infância, pois desde o primeiro ano do ensino fundamental estudei lá, logo o que me dá muita saudade são os colegas e a inocência daquela época”, afirma.

Hoje, a jovem de 21 anos já é professora e leciona na escola que a acolheu com tanto carinho. Mas, diz que sente mudanças no comportamento do aluno em relação ao professor: “A figura do professor era de fundamental importância e tínhamos consciência de que precisávamos tratá-lo com respeito. Acho que, hoje, está faltando essa consciência, por parte dos alunos, de que o professor não é uma pessoa qualquer e que não está ali por acaso”, pondera.

Perguntada se considera a escola Senador especial, Fernanda diz que mais importante que a estrutura física da escola são as pessoas que passaram e ainda passam por lá.

Fotos da Escola Senador Carlos José Botelho.

Foto Antiga.




Antes da Restauração.




Depois da Restauração.





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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quem foi o Senador José Botelho.


Informativo Municipal de 19 de Maio de 1990 – Página 07.

Pouca gente sabe com relativa profundidade quem foi o Senador Carlos José Botelho que dá o nome a Escola Estadual localizada no centro de Dourado. Homem de notável inteligência e disposição para o trabalho, o Senador Botelho exerceu várias atividades durante sua vida e embora não tenha nascido em Dourado, nem permanecido na cidade por longo período, dedicou a esta terra especial atenção.

Além de dar o nome a escola estadual, o Senador Botelho também foi o responsável por sua construção. Conforme lembra Cecília de Barros Pereira de Souza Braga que fez um levantamento sobre a biografia do Senador, ao passar por Dourado em determinada ocasião ele traçou com a própria bengala, no chão, a orientação para a construção da escola.

Cecília Braga tem um levantamento sobre a vida do Senador, trabalho facilitado por ter sido seu pai, Everardo Pereira de Souza muito amigo e auxiliar de Carlos José Botelho.

A VIDA.

As informações de Cecília de Souza Braga indicam que o Senador Carlos José Botelho nasceu em Piracicaba no dia 14 de maio de 1855. Depois de terminar os estudos primários em Itu, São Paulo e Rio de Janeiro foi concluir o curso em Montpellier, na França onde em 1880 obteve o título de Dr. em medicina. Conhecedor dos problemas hospitalares, ao regressar fundou em São Paulo no Brás na rua do Gasômetro o primeiro hospital clínico e cirúrgico particular conhecido na ocasião como (Casa de Saúde Dr. Botelho).

Foi o primeiro Diretor Clínico da Santa Casa de São Paulo e um dos fundadores da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo.
Foi vereador, senador, co-fundador da policlínica de São Paulo e sócio-fundador do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

DOURADO.

Carlos José Botelho foi o introdutor da cultura de arroz por irrigação, iniciador da seleção de gado de raça caracú e apuramento do tipo de cavalo de guerra. Muito ligado a agricultura abandonou a medicina para se dedicar a vida agrícola em São Carlos e Dourado.

Mas suas atividades não pararam aí. Em 1892 fundou o Jardim da Aclimação e o Zoológico de São Paulo, o primeiro posto zootécnico do Brasil, segundo levantamento feito por Cecília de Souza Braga.
Foi sócio fundador e presidente honorário da Sociedade Rural Brasileira. Também membro-titular da Academia de Ciências econômicas.

Foi Secretário da Agricultura Viação e Obras Públicas no Governo Jorge Tibiriçá (1904-1908). Incentivou a cultura do algodão, construiu a Escola de Agricultura de Piracicaba em terras doadas ao Estado por Luiz Antonio de Souza Queiroz. Organizou a primeira estatística Agrícola e Zootécnica do Estado e construiu os primeiros três Sílos de Forragem do tipo torre Americana no país. O primeiro sílo no posto zootécnico da Mooca; o segundo no Jardim da Aclimação, e o terceiro em sua fazenda em Dourado.

Iniciou o saneamento da cidade de Santos, eliminando os brejais e construindo os canais que desembocam no mar. Carlos José Botelho criou também os núcleos coloniais de Nova Odessa, Nova Europa, Nova Paulicéia, Corumbatá, Gavião Peixoto e Jorge Tibiriça. Morreu em 20 de março de 1947, aos 93 anos, em sua fazenda Santa Francisca do Lobo, em São Carlos.


Fotos Antigas do Grupo Escolar.







Ver também:


Senador Carlos José Botelho.


Grupo Escolar – 100 anos de história.


Os Carneiros e a Estrela


Douradenses.


Dourado: Fauna e Flora.


O Trabalho da APAE em Dourado


O Meio Ambiente em Dourado.


As Escolas de Dourado.


A Tradicional Festa de São João Batista.


Uma Passagem no Tempo – A História da Douradense.